HENRIQUE MENARIM Presidente da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem)

Henrique Menarim é engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal de Viçosa e produtor rural.

“números estudos demonstram ganhos significativos quando do uso de uma semente de qualidade. Semente legal e de qualidade são potencializadores de sucesso. Produtor, use sempre semente legal.” A frase é de Henrique Menarim, presidente da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem).

Segundo ele, os 57 associados, dentre eles obtentores e multiplicadores, são responsáveis por cerca de 85% do que é produzido e comercializado de sementes de soja e trigo no Paraná. “Há espaço para crescimento principalmente por uma das premissas que sempre nortearam essa associação e seus associados: produzir e entregar a melhor semente.”

Menarim destaca que o Paraná sempre teve destaque na rápida adoção de novas tecnologias, na profissionalização do setor e na busca pela automatização da produção, focando sempre a máxima qualidade nas sementes produzidas.

Revista Coamo: Qual o papel da Apasem?

Henrique Menarim: A Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem) tem como missão representar e atender as demandas dos associados. Desenvolvemos por meio de diversos comitês ações conjuntas com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) e demais associações estaduais, junto as diferentes esferas e órgãos legisladores, contribuindo com sugestões e ajustes técnicos nas legislações que regulam nossas atividades. Temos também, por meio de nossos laboratórios credenciados a prestação de serviços de análise de sementes e a organização de cursos de formação e atualização de analistas de sementes, primando por serviços de qualidade, contribuindo para a melhoria contínua do setor sementeiro.

RC: Qual a importância da Apasem no trabalho realizado e parceria com as diversas instituições?

Menarim: Nada do que foi construído até agora é responsabilidade de uma só pessoa. Foram 26 diferentes dirigentes que atuaram nesses 50 anos da Apasem, contribuindo com suas experiências, mas acima de tudo fazendo parcerias com instituição representativas do setor. Ocepar, Faep, Secretaria da Agricultura, Adapar, Abrasem e Ministério da Agricultura sempre estiveram presentes nas discussões e nas conquistas do setor. Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos! Essa frase resume o que temos buscado ao longo dos últimos 50 anos e entendemos que essa seja a premissa para os próximos 50.

RC: Qual o desafio atual e o futuro da Instituição? O que representa comemorar 50 anos de Apasem?

Menarim: O desafio atual e futuro é manter-se relevante para o associado. Estamos sempre buscando nos atualizar oferecendo ferramentas e informações ágeis e confiáveis sobre produção, comercialização, cenários, entre outros. Isso, para que além da representação institucional, o associado possa encontrar dados confiáveis para análise dos cenários estadual e nacional, e também informações assertivas para alguma tomada de decisão. É gratificante poder representar e comemorar 50 anos de uma associação com tanta credibilidade. Credibilidade que foi construída com o trabalho e dedicação de dezenas de presidentes, diretores, associados e colaboradores que tiveram voz ativa e participativa na construção do setor sementeiro e que deixam o testemunho para as futuras gerações que é da união que se faz uma associação forte e pujante.

RC: Qual é o cenário atual na produção de sementes no Paraná?

Menarim: Os 57 associados, dentre eles obtentores e multiplicadores, são responsáveis por cerca de 85% do que é produzido e comercializado de sementes de soja e trigo no Paraná. Há espaço para crescimento principalmente por uma das premissas que sempre nortearam essa associação e seus associados: produzir e entregar a melhor semente.

RC: Qual o nível tecnológico das sementes paranaenses em relação as produzidas em outros estados?

Menarim: Os níveis tecnológicos das sementes são semelhantes. O Paraná sempre teve destaque na rápida adoção de novas tecnologias, na profissionalização do setor e na busca pela automatização da produção, buscando sempre a máxima qualidade nas sementes produzidas.

RC: Como a Apasem atua no combate as práticas lesivas aos interesses do setor?

Menarim: Mais uma vez a Apasem se destaca nesse tema. Estamos na fase final para o lançamento da terceira campanha de combate à pirataria de sementes. Tem sido um trabalho árduo. A primeira fase foi da conscientização: a produção e uso é ilegal. A segunda que o uso diminui a produtividade. Agora, na terceira daremos foco nas ações e punições passíveis ao usuário de semente pirata. Além das campanhas massivas no rádio, revistas, eventos agropecuários contamos com um canal de denúncia, diretamente no portal do Ministério da Agricultura ou via e-mail: apasem@apasem.com.br

RC: Como é o trabalho na defesa de sementes de boa qualidade e legais?

Menarim: A Apasem representa e apresenta os seus associados em diferentes eventos anuais do setor produtivo de grãos e semen- tes, divulgando que altas produtividades e ganhos são resultados da escolha de uma semente de qualidade produzida dentro dos parâmetros normativos. O principal insumo é a semente. Em um pequeno e delimitado espaço, tecnologia e trabalho de décadas são colocados à disposição do produtor. Inúmeros estudos demonstram ganhos significativos quando do uso de uma semente de qualidade. Semente legal e de qualidade são potencializadores de sucesso. Produtor, use sempre semente legal.

RC: Quais os riscos do uso de sementes piratas nas próximas safras?

Menarim: Além de perdas significativas na produtividade, haja vista que a semente pirata não passa pelos controles de qualidade de produção e beneficiamento, o decreto Nº 10.586, de 18 de dezembro de 2020, traz bem claro as punições para quem produz, comercializa e utiliza, sementes piratas. É importante informar e conscientizar o produtor que o uso de semente pirata não só diminui a produtividade, como também ele pode ser punido. Além disso, o uso de semente legal com o pagamento das taxas tecnológicas das sementes, estão contribuindo para manutenção e melhoria contínua dos materiais hoje disponibilizados.

RC: O produtor está cada vez mais profissionalizado e empreendedor. Qual deve ser o perfil dos produtores rurais nos próximos anos?

Menarim: Pesquisas mostram que o produtor brasileiro é o que tem a menor média de idade no mundo, 45 anos; contra 58 anos nos EUA e 62 na Europa. Essa diferença de idade nos torna mais competitivos uma vez que a tomada de decisão pela adoção de novas ferramentas e tecnologias é mais facilmente adotada pelos mais jovens. Mais uma vez sairemos na frente e seremos ainda mais competitivos.

RC: Como a agricultura 5.0 pode colaborar com a melhoria na qualidade da produção de sementes?

Menarim: Cada vez mais tecnificado e conectado o produtor tem a mão, dados e informações para rápida e assertiva decisão de como conduzir sua lavoura, seja de grãos ou sementes. Como é necessário um cuidado mais apurado na produção de sementes o monitoramento constante, dados fidedignos e rapidamente disponibilizados aos produtores, elevará significativamente a qualidade da semente. Sabemos que eventos climáticos entre outros não podem ser controlados, mas quando sabemos antecipadamente da sua ocorrência podemos promover medidas mitigatórias que diminuirão a sua interferência.

RC: Qual é na sua opinião, a importância do cooperativismo para o desenvolvimento agropecuário do Paraná e do Brasil?

Menarim: Se buscamos no dicionário as definições de associativismo e cooperativismo temos em suma: “é a união de pessoas ou grupos com o mesmo interesse, que buscam por meio de objetivos comuns superar desafios gerando benefícios a seus associados”. O Paraná é sinônimo desse sucesso de cooperativas e associações fortes, que durante décadas têm contribuído para o desenvolvimento e industrialização do setor agropecuário paranaense e brasileiro. As cooperativas representam cerca de 70% do que é produzido e comercializado de sementes no Paraná, bem como de toda a produção. No último dia 02 de julho a ONU comemorou o centésimo dia internacional das cooperativas com o lema: Cooperativas Constroem um Mundo Melhor. Para a ONU, elas ajudam a melhorar a participação econômica, a combater a degradação ambiental e a mudança climática e a promover segurança alimentar. Não só para o ONU, mas para nossos produtores, para o Paraná, para o Brasil e para a Apasem, que sempre pode contar com o apoio irrestrito da Coamo e das demais cooperativas associadas. Juntos somos mais fortes!

Evento comemorativo dos 50 anos da Apasem