Ainda pouco explorado no Mato Grosso do Sul o trigo vem ganhando área nas regiões em que a Coamo está presente. O cereal tem chamado a atenção dos cooperados pela rentabilidade e por manter um ambiente equilibrado favorecendo a lavoura de soja, no verão. Em todo o Estado, nesta safra, a área cultivada saltou de 20,5 em 2022 para 45 mil hectares, um aumento de 120% impulsionado por produtores que resolveram semear o cereal para principalmente melhorar o sistema de produção. A Coamo prevê receber 550 mil sacas de trigo, cerca de 30% de toda a produção do Mato Grosso do Sul.
A unidade de Lagunita, em Laguna Carapã, é pioneira no recebimento de trigo no Estado. É a região que concentra boa parte da produção do trigo sul-mato-grossense. O catarinense Olivar Benedetti está há pouco mais de um ano na localidade. Até então, ele produzia trigo em Ouro Verde, no Oeste de Santa Catarina, e está utilizando a experiência com acultura para cultivar o trigo no Mato Grosso do Sul.
Ele plantou 250 hectares de trigo, que representa um terço da área destinada para a lavoura de inverno. “Ainda estou conhecendo as características do clima e solo da região. Fiz um bom investimento na lavoura. Se é para plantar trigo, tem que investir. Além da rentabilidade, a cultura deixa uma boa palhada e favorece a área que receberá soja na safra de verão”, diz o cooperado.
Olivar colheu uma média de 52 sacas de trigo por hectare. Segundo ele, a produtividade alcançada foi boa para a região, mas a lavoura tem potencial de produzir ainda mais com variedades mais adaptadas e seguindo as épocas de plantio mais recomendas. O cooperado pretende manter a área de trigo para o ano que vem e já se antecipou adquirindo os insumos.
O engenheiro agrônomo, Celso Raphael dos Santos, da Coamo em Laguna Carapã, comenta que a cultura é importante, principalmente, pela rotação de culturas. “A lavoura vem se desenvolvendo bem na região. Cooperados que fazem um bom investimento estão produzindo mais. É uma cultura que vem ganhando espaço como opção de segunda safra”, observa.
Airton Francisco de Jesus, cooperado em Aral Moreira, também introduziu o cereal no planejamento da propriedade, pensando no benefício que proporciona para o sistema de produção. Ele diz que a cada safra, pelo menos 20% da área destinada para a lavoura de inverno é reservada para o trigo em um sistema de rotação de culturas. O agricultor ressalta que o mercado está abaixo do esperado, mas sempre mantém o foco em produtividade para conseguir uma renda.
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