Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 458 | Maio de 2016 | Campo Mourão - Paraná

EDITORIAL

UM ANO DIFERENTE NA POLÍTICA E AGRICULTURA

"Vamos torcer para que a crise seja superada e o Brasil volte a crescer normalmente. Este é o desejo de todos os brasileiros e de modo especial, da classe produtora de alimentos."



JOSÉ AROLDO GALLASSINI,

Diretor-presidente da Coamo

O ano de 2016 é um pouco diferente do ponto de vista agrícola e político. A nossa agricultura e pecuária vêm ultrapassando todas as crises econômicas ao longo dos últimos anos. Nesse mesmo cenário, a Coamo em 45 anos sempre superou as crises e, faz parte de um setor que sempre deu resposta positiva às políticas governamentais. Adotamos e repassamos ao quadro social todas as pesquisas e tecnologias e além disso, a administração da cooperativa implantou uma política de capitalização bem-sucedida. 

O primeiro desafio desse ano foi a quebra na safra de soja, devido ao excesso de chuva na colheita. Esta situação refletiu na economia como um todo, pois ocorreu quebra na produção e tivemos perda de qualidade. No mercado externo, aceita-se para exportação o grão com 8% de ardidos e avariados, mas nesta safra, esse número foi superior, e chegou perto de 90%.   

Quanto ao milho safrinha, temos um ano irregular, com falta de chuva e o cereal correndo risco de geada no final do desenvolvimento. Vamos torcer para que não venha esta intempérie, pois poderá prejudicar ainda mais a produção. O produtor plantou pouco milho de verão, por isso o Brasil depende muito do resultado da safrinha, e se alcançarmos boas produtividades, o pais não precisará importar.

Além deste cenário atípico, o país vive um problema político, com a mudança de governo. A Coamo não se envolve em política, não toma nenhum partido, porém todos sabem que a administração do país estava caminhando mal, resultando em muitas acusações contra o governo devido as pedaladas fiscais, fato que provocou o início do processo de impeachment aprovado pelo Congresso Nacional. Com isso, as consequências do governo anterior foram taxa de 11% de desemprego – com possibilidade de aumentar-, contabilizando mais de 11 milhões de trabalhadores desempregados. Sem contar, o expressivo número de empresas fechando. Há muitos anos não se tinha notícia de recuperação judicial de empresas ou falências.  Outro problema sério é o endividamento das famílias, provocado pela falta de emprego e impactando diretamente na redução do consumo. 

No nosso setor, constatamos a queda no volume dos produtos acabados destinados aos supermercados, resultando em redução de compra por parte dos consumidores. Só para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada em Curitiba (PR) apontou a redução de 28% na aquisição de produtos em supermercados. Além disso, sentimos o reflexo da crise na indústria de algodão (fiação), pois o setor têxtil é um dos que mais sofreram no país. 

Aguardamos que o novo governo possa recuperar a economia e aprovar medidas que ainda estão em andamento junto ao Congresso, bem como encontre alguma forma de resolver o grande déficit da economia brasileira.

Trata-se de uma situação de muita pressão, mas é necessário ter paciência e colaborar com o novo governo para ultrapassar essa crise e daqui a algum tempo viver normalmente, já que o nosso país é rico, grande e com perspectivas de futuro. Mas, precisa consertar a parte política e, consequentemente, a econômica, assim, teremos um Brasil melhor nos próximos anos, ou quem sabe ainda nesse ano, vencendo os difíceis obstáculos e entraves que vem prejudicando a nossa nação. 


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