Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 458 | Maio de 2016 | Campo Mourão - Paraná

PECUÁRIA

ESTRATÉGIA NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS

Cooperados em Pitanga tem buscado alternativas para incrementar a alimentação das vacas visando diminuir custos sem perder a produtividade



Cooperado Neudi Volski com o médico veterinário da Coamo, Danilo Marques Bordini

A pecuária leiteira faz parte da vida de muitas famílias cooperadas, seja como atividade principal ou como fonte de renda complementar. Ela se integra muito bem com a lavoura, com a diferença de ser um dinheiro que entra todo mês na conta. Entretanto, é bastante complexa e exige dedicação e atenção do produtor, que deve estar de olho aberto, principalmente nos custos de produção.

O gasto de maior importância, que sempre acaba pesando mais é a alimentação das vacas em lactação. Dela faz parte o pasto, a silagem e a ração que praticamente define o quanto de leite a vaca vai produzir. “Geralmente, a base de alimentação é o pasto, complementado com silagem de milho e ração. Porém, dependendo da época e manejo realizado, o pasto acaba tendo uma produção fraca e quase sem perceber o produtor fica muito dependente da silagem de milho e da ração. Nesse caso ele tem dois caminhos a tomar: aumentar o gasto com a alimentação e manter a produção, ou não aumentar o gasto e ver a produção diminuir”, comenta o médico veterinário Danilo Marques Bordini, da Coamo em Pitanga (Centro do Paraná).  

De acordo com o veterinário, além de melhorar o manejo das pastagens o cooperado tem outras formas de produzir bem com um custo favorável. “Ele pode usar fontes alternativas de alimento, e a boa notícia é que existem várias, basta saber quando e como usar, ajuda essa que vem da assistência técnica”, assinala. 

Ele cita que um exemplo é o período de inverno, um tempo de fartura de alimento, frequentemente mal aproveitado, onde várias áreas ficam ociosas, nas quais o produtor poderia produzir alimentos como silagem de aveia, pré-secado, aveia grão e feno. “Ele também tem a opção de comprar alguns subprodutos e resíduos como a casquinha de soja e o quebradinho de soja, no caso do milho pode usar o 2,5 de milho ou fazer silagem de grão úmido. Ainda existem outros itens como cevada, farelo de gérmen de milho, caroço de algodão, polpa cítrica, tudo depende da região e do custo do produto. O cooperado tem que agarrar estas oportunidades de obter alimento com bom custo/benefício, pois isto terá um impacto muito grande no lucro final”, afirma Bordini. 

Robson Fernando Vieira dos Santos, tem melhorado a genética do rebanho, trabalhando com inseminação artificial há mais de 20 anos, sendo referência no manejo de pastagens

Produtor de leite há mais de 30 anos, Neudi Volski, de Pitanga, está investindo na construção de uma nova sala de ordenha, com o objetivo de melhorar a qualidade do leite e as condições de trabalho, além de agilizar o serviço e aumentar o número de vacas em lactação. Ele aproveita para produzir comida no inverno, especificamente silagem de aveia e aveia branca com finalidade de colheita do grão. “Graças à silagem de aveia tenho conseguido diminuir a área de silagem de milho no verão e plantar mais soja. Já o grão, é moído e compõe 20% do concentrado, o que juntamente com o uso de casquinha de soja diminuiu bastante o custo da alimentação”, ressalta. A aveia também é usada no trato das bezerras e novilhas. 

Volski conta com uma média de 35 vacas em lactação, que resulta em uma produção mensal de 19 mil litros, o que representa uma média de 630 litros diários.

Neudi Volsk utiliza casquinha de soja na alimentação dos animais como forma de diminuir o custo da alimentação

Outro cooperado que tem investido na produção de leite é Robson Fernando Vieira dos Santos, também de Pitanga. Ele tem melhorado a genética do rebanho, trabalhando com inseminação artificial há mais de 20 anos, sendo referência no manejo de pastagens. No verão, conta com pastagem de tifton irrigada para as vacas e cria boa parte das novilhas no pasto de brachiária enquanto que no inverno faz plantio escalonado da aveia/azevém, dividido em três etapas e garantindo assim, pasto em maior quantidade, com melhor qualidade e por mais tempo.  

Ele também trabalha com a sobressemeadura da aveia no pasto de verão. “Com isso, até sobrou espaço para fazer silagem de aveia no inverno de 2015, que serviu como uma reserva estratégica de alimento para o período de entressafra”, diz.

Robson Fernando Vieira dos Santos tem investido também na pastagem

Neste ano, após a colheita da silagem de milho, o cooperado inovou mais uma vez, plantando sorgo para silagem. “Apesar de ter uma produção e qualidade inferior à silagem de milho, a silagem de sorgo tem um custo menor e sai até 30 dias antes, o que a torna ideal para áreas onde a safrinha tem maior risco. Ainda na mesma área, após o sorgo, ele irá plantar azevém para o pastejo das vacas”, comenta o cooperado que não descuida da adubação de base e da adubação nitrogenada das pastagens. Robson recentemente conquistou o certificado de área livre de brucelose e tuberculose para a propriedade, agregando valor ao leite e às novilhas que vende.

Atualmente, o cooperado conta com 36 vacas em lactação, produção mensal de 26.100 litros (média diária de 870 litros). 

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