Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 459 | Junho de 2016 | Campo Mourão - Paraná

PESQUISA

MANEJO DE PERCEVEJOS NO SISTEMA SOJA-MILHO

Evento realizado pela Embrapa/Soja debateu a ocorrência dos percevejos em lavouras do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás



A Embrapa Soja e o Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná) promoveram nos dias 18 e 19 de maio de 2016, na Embrapa Soja, em Londrina (PR) o Workshop Discussão da pesquisa sobre o manejo de percevejos no sistema de produção soja-milho. Dos insetos que atacam a cultura da soja, os percevejos que são sugadores de vagens e grãos são considerados os mais importantes pelo impacto provocado no rendimento dos grãos e na qualidade das sementes. Na soja, existe um complexo de espécies de percevejos, mas é o percevejo-marrom Euschistus heros a espécie predominante nas lavouras do Brasil. 

O Workshop discutiu a ocorrência dos percevejos no sistema de produção soja-milho nos Estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Também foi dado enfoque para os métodos de amostragem das pragas, ao comportamento dos percevejos nas culturas da soja e do milho, ao manejo adequado na pré e pós-colheita, apresentação de tecnologias que favoreçam a aplicação de inseticidas, resistência de percevejos a diferentes grupos de inseticidas, entre outros temas.

Uma ferramenta que sempre se debate no dia de campo da Fazenda Experimental é o monitoramento integrado de pragas e utilização do pano de batida

O evento contou com aproximadamente 100 participantes, entre pesquisadores, representantes da pesquisa das indústrias de inseticidas, técnicos de cooperativas e de assistência técnica do Estado do Paraná. Entre os presentes esteva Lucas Gouvea, supervisor da gerência Técnica da Coamo.

O agrônomo explica que trata-se de uma praga que tem sido motivo de preocupação para o meio agrícola. “É uma das principais pragas que atacam a cultura da soja e também está atacando o milho de segunda safra e o trigo.  Por isso, essa praga está sendo bastante estudada nos sistemas de produção.”  

Gouvea explica que, atualmente, não existem produtos novos no mercado com eficiência satisfatória no controle do percevejo, motivo pelo qual se destaca o bom manejo. “Esse workshop foi para que pudéssemos conhecer mais afundo como está o comportamento da praga. Além disso, percebemos que a Coamo é privilegiada, pois as informações que o quadro técnico tem levado ao cooperado são informações importantes e atuais. Devido, a nossa forte parceria com a Embrapa, que sempre nos auxilia, podemos dizer que o cooperado da Coamo em termos de manejo de percevejo, tem o que há de melhor tanto em nível de produtos no mercado, quanto de informações e tecnologias.”

Segundo o supervisor, a área técnica sempre foca em informações atuais. “Uma ferramenta que sempre se debate no dia de campo da Fazenda Experimental é o monitoramento integrado de pragas e utilização do pano de batida. Uma das principais ferramentas para controle de percevejo é entrar na lavoura e fazer as amostragens, e assim, tendo uma população que justifique o controle químico, intervir. São práticas de manejo que a Coamo já tem difundido bastante. Isso mostra que a equipe técnica da cooperativa está bem alinhada com as novas informações que o mercado proporciona.” 

Para Gouvea, o cooperado da Coamo está no caminho certo, seguindo sempre as recomendações técnicas. “É preciso fazer um plantio da cultura no limpo, numa área dessecada e sem a presença de plantas daninhas, pois se não forem controladas servirão de abrigo para a multiplicação de percevejo. Outra estratégia é a tecnologia de aplicação, algo que a cooperativa sempre destaca. Será que os produtores estão atingindo o alvo? Minha tecnologia de aplicação está sendo satisfatória? Então, se melhorarmos essa tecnologia de aplicação é mais um ponto em beneficio no controle dessa praga.”

Evento contou com aproximadamente 100 participantes, entre pesquisadores, representantes da pesquisa das indústrias de inseticidas, técnicos de cooperativas e de assistência técnica do Estado do Paraná

Diante disso, o engenheiro agrônomo orienta que se o produtor adotar essas práticas não tem como errar.  “Basta fazer a coisa certa, e a pesquisa sinaliza para isso. Não controlamos mais a praga só naquela safra. Começamos a fazer o controle anualmente e sempre nas culturas que vão se sucedendo. São estratégias de manejo que ao longo das safras minimizam a incidência da praga, e como não se tem nada de novo para o mercado tanto de ingredientes ativos ou de biotecnologia para as espécies de percevejos, esse tipo de abordagem nas culturas vai ser cada vez mais importante para o sucesso das lavouras.”

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