Terra coberta para não esfriar a renda
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José Aroldo Gallassini, diretor-presidente da Coamo, durante abertura do encontro |
Com alternativas rentáveis, o inverno pode se tornar lucrativo para o homem do campo. São inúmeras as novidades tecnológicas para passar por esta estação com dinheiro no bolso ou, pelo menos, preparado para um verão mais promissor. Com essa premissa, a Coamo realiza todo ano o Encontro de Inverno da Fazenda Experimental. Neste ano, nos dias 18 e 19 de julho, a 12ª edição trouxe sete estações de pesquisa para centenas de cooperados de toda a área de ação da Coamo no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
É uma oportunidade ímpar, em que os associados conhecem o que há de mais moderno para as culturas de inverno e tem contato com os principais institutos de pesquisa do país. “Temos diversas pesquisas desenvolvidas na Fazenda Experimental e com resultados excelentes. Esse evento é para apresentar os melhores ensaios e preparar os cooperados para produzir mais, gerando renda e qualidade de vida no campo”, afirma o chefe da Fazenda Experimental da Coamo, Lucas Simas.
O gerente de Assistência Técnica da Coamo, Marcelo Sumiya, explica que o objetivo da 12ª edição do Encontro de Inverno foi cumprido. “Em cada edição percebemos o entusiasmo e a participação dos associados nas estações. Eles questionam e têm uma boa interação com nossos técnicos e pesquisadores. O que foi apresentado nesta edição será efetivamente aplicado nas propriedades e, percebemos isso pelo interesse que os associados demonstraram nesse encontro”, comenta.
Segundo o superintendente Técnico da Coamo, Aquiles de Oliveira Dias, o encontro realizado no inverno tem o objetivo de mostrar aos cooperados alternativas para desenvolver a atividade na propriedade durante o período.
“O inverno é uma estação com mais riscos climáticos, dificultando as opções de obter uma atividade econômica. Por isso, o Encontro na Fazenda Experimental é uma grande oportunidade que os nossos cooperados têm, de conhecer alternativas viáveis para manter o campo lucrativo o ano todo. ”
Para o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, o cooperado precisa se manter atualizado para sair na frente no campo da produção. “O Encontro de Inverno é tão importante quanto o deverão. Sempre sugerimos que o associado não deixe a terra descoberta no inverno, pois ele só tem a ganhar. É uma lavoura de risco, mas se ele tiver bons resultados lucrará e, se não der, ele ganha na rotação de culturas. A propriedade rural precisa ser encarada como um sistema único, onde as safras se completam. ”
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"Evento prepara os cooperados para produzir mais", Lucas Simas, chefe da Fazenda Experimental da Coamo |
Aquiles de Oliveira Dias, superintendente Técnico, Marcelo Sumiya, gerente de Assistência Técnica, Ricardo Accioly Calderari, diretor-secretário, Claudio Francisco Bianchi Rizzatto, diretor-vice-presidente, e José Aroldo Gallassini, diretor-presidente |
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DANIEL BUSNELLO,
de Xanxerê (Oeste de Santa Catarina)
São tecnologias diferenciadas que agregam mais valor à nossa atividade. Também conhecemos novas variedades de trigo para melhorar a produtividade e a nossa rentabilidade. São novidades que vêm para somar e tem dado bons resultados.
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MAICON KULKAMP BOGER,
de Manoel Ribas (Centro do Paraná)
Procuramos conduzir a lavoura da melhor maneira possível, e em eventos como esse, encontramos tudo o que precisamos para investir. Várias novidades apresentadas em encontros anteriores já colocamos em prática no nosso dia a dia.
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Adubação de pastagem é um diferencial na pecuária |
A nutrição de pastagens, com ênfase nos resultados obtidos nas adubações com nitrogênio e nitrogênio + enxofre, tanto para produção de carne como leite, foi um dos assuntos tratados no encontro de inverno. De acordo com o médico veterinário Renato Roque Mariani Júnior, da Coamo em Mamborê (Centro-Oeste do Paraná), o experimento confirmou que a adubação de pastagem é um diferencial na pecuária e quando alia-se o nitrogênio com enxofre há um resultado ainda melhor. “As análises mostraram que houve um crescimento de 42% na produção de alimento por hectare e em torno de 20% a mais de proteína”, comenta. Ele acrescenta que os animais conseguem melhor aproveitamento dos nutrientes, resultando em mais produtividade de carne ou leite.
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Ercílio Fontana Junior (Pitanga), Diones Adelino da Silva (Palmital), Renato Roque Mariani Júnior (Mamborê), Cesar Augusto Pante Neto (Toledo) e Edenei Swartz (Campo Mourão) |
Foram realizados cortes periódicos das pastagens simulando uma situação real de pastejo animal e após secar a massa verde em estufa, foram encaminhadas ao laboratório verificar os resultados nutricionais das forragens. “O resultado das análises foi positivo mostrando a viabilidade da adubação”, comenta Mariani Júnior. A estação apresentou resultados de comparação entre adubação com nitrogênio associado a duas doses de enxofre (9% e 15% de S) em quatro diferentes tipos de pastagens de inverno: aveia + azevém, trigo Tbio Lenox (exclusivo para pastejo), azevém barjumbo e centeio forrageiro temprano.
Em relação ao custo, o médico veterinário revela que é economicamente viável, com incremento de produtividade ao sistema de produção. Para a implantação da adubação de nitrogênio com maior quantidade de enxofre, foram gastos R$ 60,00 a mais por hectare, enquanto que o lucro para o leite pode aumentar em mais de R$ 2 mil por hectare e em mais de R$ 500 por hectare para o gado de corte - resultados para um período de 100 dias. “Para uma adubação correta, a recomendação é sempre fazer a análise de solo e corrigir com o que precisar. Em um ano com falta de chuva, como esse, é que vemos a importância de uma boa correção do solo, já que as plantas se desenvolvem melhor gerando mais alimento para os animais”, afirma Mariani Júnior.
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Cooperados conheceram várias espécies para a produção de silagem |
Pensando em garantir a oferta de alimento para o rebanho bovino, seja de leite ou corte, no período do inverno, quando ocorre uma redução natural da disponibilidade de pastagens, uma das estações preparadas para o evento abordou que a silagem de plantas inteiras pode ser uma importante estratégia para garantir a oferta de alimentos. Foram apresentadas 15 diferentes espécies de plantas, que podem ser utilizadas no processo de ensilagem. Os técnicos da Coamo mostraram aos cooperados aspectos relacionados ao custo de produção, formas de preparação de silos, vedação, compactação e manejo do composto entre outros que contribuem para o perfeito funcionamento da tecnologia.
O médico veterinário Clécio Jorge Hansen Mangolin, da Coamo em Goioerê (Centro-Oeste do Paraná), diz que sempre é possível melhorar a silagem, por mais que se conheça do assunto. “Nosso intuito foi mostrar ao cooperado que tem como se prevenir para não faltar alimento no inverno, período mais crítico do ano quando geralmente falta pastagem. E também reforçar que é possível melhorar a silagem em todos os aspectos, desde que realizados de forma correta”, afirma.
Além da utilização de plantas tradicionais na formação do composto energético, como milho, sorgo, trigo e outras, a estação apresentou uma nova formulação desenvolvida a base de planta de capim Brachiaria ruzizienses enriquecida com carboidrato.
“Acrescentamos quirera de milho com níveis de 6% e 15% de carboidrato e constatamos que houve uma melhora na digestibilidade da fibra do capim, onde ocorreu um incremento nutricional da silagem e, consequentemente, maior produção de leite e carne”, explica o veterinário. Mangolin acrescenta que a mistura ficou saborosa e palatável para o animal, e lucrativa para a propriedade. “É uma silagem que fica barata para o produtor, gostosa para o gado e traz bons resultados”, conclui.
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Apresentação do processo de produção de silagem pelos técnicos da Coamo |
Otávio da Silva Castoldi (Campo Mourão), Clécio Jorge Hansen Mangolin (Goioerê), Leandro Franco de Camargo (Reserva) e Fabiano Camargo (Campo Mourão) |
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Foi realizada uma dinâmica explicando passo a passo o processo para armazenar os grãos úmidos |
Durante o encontro, os cooperados conheceram na prática como armazenar concentrado na propriedade, por meio da técnica de reidratação de grãos secos e ensilagem deles úmidos. Foi realizada pelos técnicos da Coamo uma dinâmica explicando o processo passo a passo. Também foram apresentadas no campo seis diferentes situações de produtos que podem ser utilizados nessa modalidade: aveia branca, aveia preta, triticale e triguilho reidratados. Além destes, o milho reidratado e milho grão úmido, ou seja, aquele colhido com umidade para ensilagem (32 - 35% de umidade) e que não precisou ser reidratado.
O médico veterinário Hérico Alexandre Rosseto, da Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), explica que, geralmente, os cooperados preparam a ração utilizando base proteica e energética, e os cereais podem ser armazenados de forma correta nas propriedades sem que haja perdas com fungos, insetos ou roedores. “A melhor maneira de armazenar é utilizando a conservação acida úmida. Nesse sistema, o cooperado mantém os cereais com boa qualidade, conservado por bastante tempo e com redução de custos. Além disso, propicia uma melhor alimentação para os animais elevando o rendimento do leite ou da engorda já que, normalmente, quando se faz uma silagem, aumenta-se em pelo menos 7% a qualidade nutricional do cereal. ” Ele revela que quando armazena o cereal seco, há uma perda de 10%, enquanto que no sistema concentrado não perde nada e ainda há ganho na digestibilidade e redução de custos.
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Cooperados atentos as explicações sobre o bom armazenamento dos grãos |
Adriano Regiani Pereira (Engenheiro Beltrão), Diego Monteiro (Mamborê), Sandro Colaço (Guarapuava), Hérico Alexandre Rossetto (Campo Mourão) e Luis Gustavo Kapp Titski (Manoel Ribas) |
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Rubem Carlos de Oliveira Hubner (Manoel Ribas), Breno Rovani (Campo Mourão) e Luis Cesar Voytena (Campo Mourão) |
Por que plantar trigo? A pergunta foi amplamente respondida na tradicional estação de cultivares do cereal, sempre presente no Encontro de Inverno. Participante de um mercado instável, onde a comercialização da cultura deixa a desejar e nem sempre agrada o produtor, o trigo é responsável por uma série de fatores que contribuem positivamente para o bom desenvolvimento do sistema de produção dentro da propriedade e, por isso, é fundamental para a cadeia produtiva.
O engenheiro agrônomo Breno Rovani, chefe do Laboratório de Análise de Sementes da Coamo, entende que o cereal vem quebrando paradigmas e, além de ser capaz de proporcionar rentabilidade, é figura importantíssima na fertilização do sistema e no manejo de plantas daninhas, entre outros pontos favoráveis agregados pela cultura. “O porquê de plantar trigo é uma pergunta fácil e ao mesmo tempo difícil de responder. Muitas vezes o agricultor procura riscos e cria dificuldades para cultivar o trigo. Mas, muita coisa mudou nos últimos anos. Hoje temos outro cenário de portfólio, com mais opções e isso tem ajudado os produtores à adotarem a cultura e produzir com qualidade e produtividade”, destaca Breno, informando que os cooperados Coamo, por exemplo, têm muitas opções disponíveis para o cultivo do cereal na área de ação da cooperativa.
Outra questão abordada pelo agrônomo é que o trigo tem um grande impacto no manejo de plantas daninhas. “Essa cultura entrega uma área mais limpa e equilibrada na pós-colheita. O produtor que planta trigo fica numa situação confortável depois de colher a cultura, que facilita o trabalho de manejo de invasoras e ainda deixa um residual significativo de fertilidade no sistema, favorecendo diretamente a cultura da soja”, garante ele.
A análise do técnico da Coamo é reforçada pelo pesquisador da Embrapa/Soja, da área de transferência de tecnologia, Luiz Cezar Tavares. “O trigo é uma espécie que ajuda o sistema, principalmente a produção de soja. Com o cereal, temos menos incidência de plantas daninhas e gera mais rentabilidade. É uma cultura que recicla nutrientes e alicerça bastante as culturas subsequentes”, diz.
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Trigo tem um grande impacto no manejo de plantas daninhas |
Outro que tem a mesma linha de pensamento é Ralf Udo Dengler, gerente Executivo da Fundação Meridional, que trabalha em parceria com a Embrapa. Para ele os altos e baixos do trigo, marcados pela questão cambial, são compensados pela importância da cultura de forma geral. “Sem dúvida nenhuma o que foi mostrado aqui esclarece bem o significado que o trigo tem para a agricultura. Tanto do ponto de vista financeiro como técnico, essa cultura é fundamental para qualquer propriedade e o Paraná, principalmente, tem um clima muito favorável e área bastante expressiva para a produção. ”
Também estiveram presentes na estação os pesquisadores André Mateus Prando, da Embrapa/ Soja e Paulo Vicente Zaccheo, do Iapar. Nesta edição do evento foram apresentadas 18 cultivares das parceiras Embrapa, Iapar, OR Sementes, Coodetec e Biotrigo, recomendadas e posicionadas pelos obtentores para diferentes regiões da Coamo.
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Luiz Cezar Tavares,
Embrapa/Soja
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Ralf Udo Dengler,
Fundação Meridional
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Paulo Vicente Zaccheo,
Iapar
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André Mateus Prando,
Embrapa/Soja
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José Petruise Ferreira Júnior (Campo Mourão), Fabrício Bueno Corrêa (Campo Mourão), Fernando Mauro Soster (Ivaiporã), Elerson Reis Tiburcio (Luiziana) e Nilton Cesar Cavalheri (Campo Mourão) |
As plantas resistentes a herbicidas são temas constantes nos encontros de cooperados da Coamo. Neste ano, o escolhido foi o azevém, que tem se tornado um problema para as lavouras de trigo, principalmente na Região Sul do Paraná. Os cooperados conheceram a situação atual da resistência e as ferramentas disponíveis para conviver com o problema, sem que causem prejuízos para a lavoura de trigo. “O azevém é uma planta daninha para o trigo. Contudo, uma forrageira importante para o pastejo de animais”, assinala o engenheiro agrônomo Fabrício Bueno Corrêa, da gerência de Assistência Técnica da Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná).
Foi apresentada, também, uma ferramenta inédita em trigo, que é a tecnologia Clearfield, e alguns herbicidas novos que chegarão ao mercado nos próximos anos. “A mensagem que queremos transmitir é que precisamos trabalhar o manejo integrado de plantas daninhas, pois somente com a utilização de herbicidas ou estratégias isoladas será muito difícil conter o problema da resistência”, enfatiza Corrêa.
De acordo com o agrônomo, o cooperado precisa se planejar para o controle do azevém, aliando os manejos mecânicos e químicos. Na parte mecânica, a recomendação é de que se faça a retirada das plantas evitando que se espalhe pela área. Outro ponto importante é utilizar sementes de procedência para o plantio do azevém, para que o cooperado não traga o problema para dentro da propriedade. Há também, o manejo cultural, inserindo culturas com boa palhada e bem manejadas. E por fim, rotacionar mecanismos de ação dos herbicidas. “Quando o cooperado identificar o problema na área, ele deve arrancar as plantas de forma manual. A rotação de culturas é um sistema importante para o controle de plantas daninhas resistentes, assim como usar produtos de diferentes modos de ação. Essa interação de medidas e manejos, faz com que se consiga conviver com o azevém sem que cause prejuízos ao trigo.
O engenheiro agrônomo Dionisio Gazzieiro, pesquisador na área de plantas daninhas da Embrapa/Soja, reitera que o mesmo azevém que pode ser um aliado no sistema produtivo acaba sendo um problema, se não manejado de maneira correta. “Todas as plantas devem ter um tratamento especial para não se tornarem resistente. Assim, como o azevém, temos relatos de aveia tolerantes a certos herbicidas. Está aumentando a quantidade de plantas resistentes e diminuindo as alternativas de controle. ”
Conforme o pesquisador, o sistema produtivo atual está todo integrado, seja na safra de verão ou de inverno. “Precisamos pensar a área de produção o ano inteiro. Os problemas que podem afetar o verão devem ser tratados no inverno, assim como as da segunda safra durante o verão. O momento mais adequado para controle do azevém, que é a planta discutida neste ano, é durante a entressafra, quando pode-se utilizar produtos mais fortes. Há uma estreita ligação entre o que é realizado no inverno com aquilo que a gente tem no verão, e vice-versa. ”
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Cooperados conheceram a situação atual da resistência do azevém e as ferramentas para conviver com o problema, sem que causem prejuízos para a lavoura de trigo |
Dionisio Gazzieiro, Embrapa/Soja |
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Mofo branco é uma doença que requer atenção e cuidados |
Maurício Meyer, Embrapa/Soja |
Uma das estações de pesquisa teve como tema o “Manejo do Mofo Branco em Soja”. De forma detalhada e analítica a equipe técnica da Coamo apresentou o manejo desta importante doença. É preciso muito conhecimento para se obter o controle efetivo, e atenção, já que os prejuízos podem levar a redução de até 70% da produtividade. “É uma doença que está disseminada pelo Brasil, principalmente no Paraná e Goiás. Uma vez presente no solo, não é mais possível erradicar o mofo branco. Sem contar, que o impacto pode ser até mais drástico que da própria ferrugem”, enfatiza o engenheiro agrônomo, José Marcelo Rúbio, da Coamo em Mamborê (Centro-Oeste do Paraná).
Como não é possível erradicar o mofo branco, Rúbio explica que existem medidas para que esse fungo não chegue perto da lavoura. “É muito importante o agricultor utilizar sementes de confiança e qualidade. Muitas vezes uma semente pirata, sem o devido processamento, pode levar a estrutura de resistência do fungo e contaminar a área. Outra forma comum de contaminação é por meio das máquinas, principalmente as colhedeiras utilizadas em uma propriedade afetada”, destaca.
A manifestação do mofo branco será maior ou menor conforme as condições climáticas. O agrônomo revela que neste ano no Sul do Paraná os danos foram severos, justamente devido a este fator. “Chuvas frequentes, umidade relativa do ar alta, acima de 70%, sombreamento e temperaturas mais amenas, abaixo de 25°C, oferecem o clima ideal para o desenvolvimento do mofo branco. São regiões com altitudes acima de 800 metros. ”
Porém, existem formas de minimizar o dano, conforme orienta José Marcelo Rúbio. “Por meio de medidas culturais, como espaçamento, variedades e população de plantas, rotação de culturas com gramíneas, controle biológico, cobertura de solo, palhada e, por fim, o controle químico, é possível combater a doença. ”
O fitopatologista da Embrapa/Soja, Maurício Meyer, estava nesta estação de pesquisa e ressaltou que a presença deste fungo na área exige atenção do produtor rural para acertar no manejo. “Não existe uma medida de controle única que seja eficiente para o mofo branco. Então, uma vez que, se tenha o fungo, será preciso conviver com ele o resto da vida. Existem medidas que visam diminuir a incidência e as perdas que o mofo branco irá causar. ”
Meyer enfatiza que sempre após uma cultura suscetível ao mofo branco – soja, feijão, algodão, girassol, tomate, batata -, se plante uma gramínea. “No Sul temos várias opções de culturas de inverno que ajudam nessa sucessão. É importante ter uma boa cobertura de solo que pode favorecer o fungo a perder a capacidade de infectar as plantas na entressafra, e condiciona o solo a favorecer o controle biológico tanto com agentes que vamos pulverizar, como com os inimigos naturais já presentes no solo. A condição de composição de matéria orgânica favorece a presença desses inimigos naturais, para que possam inviabilizar o escleródio que é a estrutura de resistência do mofo branco. ”
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Marcílio Yoshio Saiki (Campo Mourão), Carlos Vinicius Precinotto (Pitanga), Lucas Gouvea Vilela Esperandino (Campo Mourão), José Marcelo Fernandes Rúbio (Mamborê) e Marlon de Barros (Boa Ventura de São Roque) |
Cooperados ouviram atentamente sobre os prejuízos que a doença pode causar |
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Técnicos da Socidisco realizaram uma dinâmica prática mostrando a importância da qualidade do plantio e distribuição das sementes |
Quem vive no campo certamente já ouviu dizer que 50% do sucesso de uma safra está relacionado a qualidade do plantio. Quando se trata de milho então, a ação precisa ser realizada com muito mais critério. Isso porque, cada híbrido possui uma população ideal que, quando combinada com boas práticas de manejo, pode refletir em ganhos expressivos de produtividade. Por isso, nunca é demais lembrar alguns cuidados que devem e precisam ser tomados, seja na substituição e manutenção de equipamentos ou na operação de máquinas e implementos.
Essas e outras questões foram discutidas no Encontro de Inverno deste ano, onde uma estação foi preparada especialmente para mostrar aos cooperados o quanto se ganha e também se perde, com a adoção ou não de atitudes simples e baratas no momento de “jogar” a semente no solo. “Abordamos aqui o sistema de quatro tipos de velocidade do trator, sendo quatro, seis, oito e dez quilômetros por hora, deixando bem claro para o produtor que o momento do plantio é essencial, uma vez que, o sucesso da safra começa naquele momento. A velocidade do maquinário é um aspecto que tem influência direta na emergência da semente e isso precisa ser levado em consideração”, aponta o engenheiro agrônomo Guilherme da Silva Francicani, da Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná). E ele vai além: “Isso não é tudo. Existem inúmeros fatores que influenciam na qualidade do plantio, como, o uso de discos e anéis corretos, tratamento de sementes, a regulagem da plantadeira, entre outros detalhes que auxiliam para uma plantabilidade adequada”, alerta o técnico.
A pressa, conforme Francicani, é o pior inimigo do produtor durante o plantio. Ele explica que quanto maior a velocidade do trator, menor será a qualidade na operação. “Se aumenta a velocidade, agrava e muito o estande final de população de plantas, o que afeta a produtividade final da lavoura”, esclarece o agrônomo. No experimento apresentado aos cooperados foram constatadas perdas entre 3 e 19% por ocorrência de sementes duplas, mal distribuídas na linha.
Outro aspecto abordado na estação, além da população de plantas, foi a profundidade adequada, com um bom contato solo-semente e bem distribuídas na linha de plantio. Dados que chamaram a atenção dos participantes, de acordo com o técnico da Coamo. “Tivemos vários questionamentos porque os cooperados perceberam que isso acontece muitas vezes nas lavouras deles. Deixamos bem claro que a melhor velocidade para um perfeito plantio varia entre quatro e seis quilômetros por hora, no máximo”, finaliza.
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Um bom plantio representa 50% do sucesso de uma lavoura |
Odair Johanns (Goioerê), Douglas Sala de Faria (São Pedro do Iguaçu), Juliano Seganfredo (Campo Mourão), Guilherme da Silva Francicani (Campo Mourão) e Itamar Leandro Suss (Toledo) |
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CESAR LUIS HOFSTETTER,
de Toledo (Oeste do Paraná)
Trabalho com lavoura e pecuária de leite e no encontro podemos encontrar novas tecnologias para as duas atividades. É um momento de contato com a pesquisa e com o que há de mais novo para criação de gado e lavoura.
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MAIKON ANSILAGO,
de Aral Moreira (Sudoeste do Mato Grosso do Sul)
Conhecer novas técnicas ajudam a aprimorar a atividade. Em eventos como esses conhecemos novas máquinas e tecnologias que podem ser implementadas para a nossa realidade. Quem busca produzir mais, tem que participar.
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