Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 482 | Julho de 2018 | Campo Mourão - Paraná

ENCONTRO DE COOPERATIVISTAS

Líderes reunidos

José Aroldo Gallassini, fez a abertura do encontro de Jovens Líderes Cooperativistas da Coamo

O cooperativismo é a razão de milhões de pessoas ao redor do mundo terem uma vida melhor e com qualidade de vida. É um sistema que consegue congregar o lucro com o social de uma forma justa e equilibrada. Devido a milhares de conquistas deste modelo econômico, todo primeiro sábado do mês de julho é comemorado o Dia Internacional do Cooperativismo. Neste ano, a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), importante organismo de representação do movimento cooperativista no âmbito global definiu como tema do dia do cooperativismo: “Sociedades sustentáveis por meio da cooperação”. Mais de 1,2 bilhão de cooperados, em 107 países, celebraram a data. Neste ano, a Coamo se antecipou e realizou em 29 de junho o Encontro de Líderes Cooperativistas que sempre marca a comemoração desse momento especial para a cooperação.

Ivan Zanin,

de Caarapó (MS)

Francine Greggio,

de Boa Ventura de São Roque (PR)

Carlos Alberto Gitrone,

de São Domingos (SC)

Sediado em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), o evento contou com a presença de 400 cooperados participantes de todas as turmas do Programa Coamo de Jovens Líderes Cooperativistas, que iniciou em 1998, e é um exemplo de educação cooperativista no país. Após a abertura do evento realizada pelo presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, eles participaram de duas palestras com conteúdo relevante para o seu trabalho. A primeira com o tema “conjuntura econômica e política, e perspectivas para 20182022” e a segunda sobre formação de preços.

Da primeira turma do curso de Formação de Líderes Cooperativistas, Ivan Zanin, veio de Caarapó no Mato Grosso do Sul para participar do evento. Sem hesitar ele destaca o significado da Coamo e do sistema cooperativista para a sua vida. “O encontro vale para marcar e frisar a importância do cooperativismo em nossa vida, trabalho e, principalmente, no trabalho que vem do campo. No meu dia a dia vejo que sozinhos não somos nada, mas somando forças, temos muito mais poder com a nossa cooperativa. A Coamo faz parte da minha família.”

Quem também participou foi a cooperada, Francine Greggio, de Boa Ventura de São Roque. “Essa é uma oportunidade de nos encontrarmos para compartilhar ideias com pessoas que têm o mesmo objetivo. Com a união de todos, nos sentimos mais animados e obtemos resultados muito melhores. Cada um é dono do seu trabalho, mas estão todos alinhados no mesmo objetivo. ”

Para o cooperado Carlos Alberto Gitroni, de São Domingos, Santa Catarina, o cooperativismo é a forma que o agricultor tem de crescer ainda mais. “O cooperativismo é muito importante para todas as classes. Mas, para nós agricultores é mais ainda, pois é uma forma de unidos se obter mais lucro. Além disso, com a Coamo, constantemente adquirimos mais conhecimento, pois nossa cooperativa está sempre atenta em nos trazer modernas tecnologias”, comemora.

Para o presidente e idealizador da Coamo, José Aroldo Gallassini, a cooperativa tem muitos motivos para comemorar esta data com o quadro social. “Nossa comemoração do dia Internacional do Cooperativismo foi muito proveitosa. Aproveitamos a oportunidade para levar mais conhecimento aos cooperados com palestras atuais. Nosso objetivo é desenvolver e manter o espírito cooperativista na juventude, para que o cooperativismo seja trabalhado como é de fato. Um sistema em que todos puxam para o mesmo lado: diretoria, cooperados e funcionários”, reforça Gallassini. 

Durante o encontro, o gerente Administrativo da Credicoamo, José Luiz Conrado fez uma apresentação do serviço Internet Banking/Mobile da Credicoamo, ferramenta segura e moderna que já está trazendo mais facilidade para aos associados.

Para finalizar, o assessor de Cooperativismo da Coamo, Guilherme Montenegro Sávio, apresentou os benefícios da cooperativa para os cooperados. São muitos os benefícios disponibilizados pela Coamo aos seus associados, nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação, logística, gestão e suporte, e da cooperação que vai além do campo”, salienta.

José Luiz Conrado, gerente Administrativo da Credicoamo, fez uma apresentação do serviço Internet Banking/Mobile Guilherme Montenegro Sávio, assessor de Cooperativismo, apresentou os benefícios da cooperativa para os cooperados

Falando sobre economia

Bruno Lavieri abordou a economia brasileira e mundial

“Conjuntura econômica e política e perspectivas para 2018/2022”, foi tema de uma das palestras do Encontro de Líderes Cooperativistas. Quem abordou o assunto foi o economista Bruno Lavieri. Ele explicou na palestra que o agronegócio foi pouco afetado pela crise do país. “O país está crescendo muito pouco, saindo de uma crise profunda e o que tem ajudado o Brasil a sair dessa crise é justamente o agronegócio. Certamente, esse setor continuará crescendo e aos poucos aumentará seu poder relativo em relação ao resto da economia.”

Apesar da instabilidade política que o país passa, o economista acredita que para o agronegócio as perspectivas são boas. “Quando o risco aumenta, a taxa de câmbio aumenta e isso eleva também a rentabilidade do agricultor. Então, quando o Brasil cresce bem o agricultor cresce pela demanda interna que aumenta, mas quando não está tão bem, tem a taxa de câmbio que ajuda o agricultor a se proteger em momentos não tão bons no mercado interno. ”

Em relação a inflação, Lavieri destaca que houve uma queda importante. “Passamos por dois anos [2015 e 2016] com uma inflação muito alta. Em 2017 tivemos um nível muito baixo e a ideia é que se mantenha estável pelo menos até o fim de 2022."

O economista destaca também que existe perspectiva de melhora a respeito dos altos valores do combustível e frete. “Os preços internacionais já temos a perspectiva que melhore. A alta do petróleo ocorreu devido a tensões diplomáticas. Os Estados Unidos querem que o resto dos países parem de consumir petróleo do Irã, que é um grande produtor. Então, na medida que se limita a oferta global de petróleo, o preço aumenta. É algo natural”, destaca.

Ainda sobre o petróleo ele salienta que há uma capacidade de produção não explorada. “Tem um bom potencial para esse preço do combustível cair até o final do ano. De outro lado a taxa de câmbio pode cair. Assim, pegamos o preço do combustível externo mais barato e a taxa de câmbio que já não vai pesar mais tanto no combustível. A perspectiva é de alguma forma positiva para os combustíveis. ”

Lavieri ainda ressalta que para o próximo ano o agricultor pode ficar tranquilo que o cenário é de melhora. “Estamos vindo de dois anos bons para a agricultura e a tendência continua sendo positiva." Sem contar, que a China continua consumindo nossa soja, e por estar passando por reformas importantes, com uma economia com alto potencial de crescimento e, sempre continuará precisando do Brasil como parceiro. ”

Olhos abertos para o mercado

Economista Paulo Roberto Molinari falou sobre o mercado agrícola

Mercado é um tema oportuno e sempre de interesse do homem do campo, mas que exige conhecimento para se destacar e não correr riscos. É preciso olhar para frente e se manter atualizado. Para ajudar o cooperado nessa tarefa, a Coamo trouxe o economista Paulo Roberto Molinari, da Safras & Mercado. “O nome do nosso mercado é Mercado Futuro. Olhar para o passado pode ser desfavorável. Não dá para contar com a sorte, quem pensa que Bolsa de Chicago é um cassino ou loteria, está bem distante da realidade dos acontecimentos. ”

Segundo Molinari, a Bolsa de Chicago, assim como as demais bolsas, têm tido cada vez mais volume de negócios, facilitado pela tecnologia. “Com advento da tecnologia é possível operar qualquer bolsa no mundo, de qualquer lugar no mundo. Naturalmente mais pessoas negociando no mesmo lugar, cria mais interesse pela velocidade da informação. Uma informação rápida, vai propiciar a esses investidores ações mais rápidas de mercado. Assim, quanto mais veloz for essa informação, mais volátil ficarão os mercados. Daqui para frente temos que nos acostumar muito com a volatilidade.

Antigamente, o tempo para acompanhar as informações do mercado era maior, conforme destaca o economista. “Tínhamos mais tempo para pensar na informação, pesquisar e tomar uma decisão. Hoje, o preço corre em às vezes 15 minutos. O preço é melhor de manhã e a tarde cai rapidamente. Então, só vamos nos adaptar a esse processo aprendendo a acompanhar o mercado todo dia, verificando as informações reais e aprendendo a ver os fatores que de fato influenciam no preço.”

Com esse dinamismo, o agricultor empreendedor precisa aprender a detectar riscos e oportunidades. “A internet nos trouxe muita informação, tanto boa quanto ruim, mas precisamos aprender como isso funciona, identificando qual a informação nos traz vantagem na hora de decidir pela comercialização e destacar a informação ruim que só fala aquilo que nos deixa feliz. E tem muita informação desse tipo, que influencia negativamente a comercialização. É preciso realmente fazer a leitura do que influência de fato o preço, como os relatórios do USDA, o clima, câmbio, os gráficos da Bolsa de Chicago, este último sendo um lado da comercialização que a nova geração precisa aprender rapidamente”, ressalta Molinari.

O mercado é um terreno complexo, nem sempre fácil de entender para muitas pessoas e um dos caminhos é buscar conhecimento.  “Se você não gosta de volatilidade e comercialização, passe isso para alguém que se identifique e dedique-se, pois os mercados geram oportunidades importantes que precisam ser aproveitadas. Mas, também gera situações ruins que nos exige mais paciência e estratégias de comercialização”, enfatiza.

Molinari ainda observa que é preciso equilibrar custo e especulação de mercado. “Quando temos preços bons, precisamos aproveitar para vender um pouco e travar nossos custos e, talvez, especular, o que faz parte do nosso mercado, com a outra parte que nos possibilita esperar um pouco mais para vender, aproveitar um câmbio mais volátil, enfim, uma situação mais favorável.”

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