Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 483 | Agosto de 2018 | Campo Mourão - Paraná

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

BOAS PRÁTICAS de uso de defensivos agrícolas

Quem é do campo sabe muito bem que os defensivos agrícolas são avanços tecnológicos. São fruto da pesquisa agronômica que além do desenvolvimento das tecnologias se preocupa em formas de manejo consciente, para que tanto o agricultor que aplica, quanto o consumidor final não sofram danos. 

A parceria da cooperativa com a pesquisa é mais um diferencial que garante aos produtores rurais o conhecimento necessário para o manejo adequado nas lavouras. No caso da Coamo, a preocupação é tanta que a cooperativa desde a sua fundação conta com um laboratório a céu aberto próprio: a Fazenda Experimental, para validar as tecnologias e capacitar agrônomos e cooperados para o correto manejo.

Com esse cenário, os mais de 28 mil cooperados da Coamo são exemplos em manejo consciente, devolução das embalagens vazias de defensivos e uso de equipamentos de proteção individual e coletiva. São práticas que tornam o agricultor um profissional responsável economicamente, ambiental e social.

Doraci Teresinha Kunz Pavelegini, de Mangueirinha (Sudoeste do Paraná), é cooperada da Coamo e exemplo quando o assunto é a realização de boas práticas de produção. “Utilizamos os defensivos agrícolas de acordo com a recomendação técnica que recebemos da Coamo, uma cooperativa preocupada com o manejo correto. Agimos de acordo com essas orientações, visando, além da preservação do meio ambiente, que é o maior bem que temos, a redução de custos. ”

A aplicação consciente de defensivos agrícolas, para Dona Dorinha, como é conhecida, é uma ferramenta de apoio ao agricultor. “Nós que somos do campo queremos produzir, mas também cuidamos do meio ambiente que deixaremos para a geração futura. Além disso, o alimento que entregamos é para nosso consumo. Por isso, quando manejamos corretamente, estamos preservando a natureza e entregando alimentos saudáveis”, explica a cooperada.

Ela ainda destaca que sem o uso de defensivos seria impossível produzir. “Com todo respeito àqueles que defendem o não uso deles, mas sabemos que seria impossível produzir alimentos e suprir a demanda mundial sem essa ferramenta. Como sustentaríamos toda a população? ”, ressalta a agricultora.

Sempre presente em eventos técnicos da Coamo, dona Dorinha, ainda busca constantemente o aprimoramento de sua equipe. “Como fazemos parte da Coamo, uma cooperativa muito preocupada com o nosso desenvolvimento, sempre tem eventos para que possamos aprimorar as técnicas de produção. Toda as vezes que tem um treinamento nosso funcionário participa. Já estamos inscritos no próximo curso sobre Manejo Integrado de Pragas, mais uma forma de se manejar e reduzir o uso de defensivos.”

Produtora em uma região fria, dona Dorinha, sabe que preservar o solo é necessário. “Apesar das dificuldades que temos com o plantio de algumas culturas devido ao clima da região, nunca deixamos o solo descoberto e, inclusive, neste ano procuramos outras opções de cobertura. Temos uma massa foliar muito grande, sendo esta mais uma forma de reduzir o uso de defensivos, pois existem ervas daninhas que crescem em ambientes com menos cobertura. Se deixamos o solo descoberto, beneficiamos o crescimento dessas ervas daninhas, obviamente teríamos de utilizar mais o controle químico.”

Há pouco tempo na agricultura, a cooperada diz que nada se iguala a satisfação de produzir alimentos. “Saber que contribuímos para alimentar não só o Brasil como também o mundo é muito gratificante. Seguindo as recomendações técnicas é possível produzir alimentos de forma sustentável. ”

Doraci Teresinha Kunz Pavelegini, de Mangueirinha (PR), é exemplo quando o assunto é a realização de boas práticas de produção Trabalho na propriedade da cooperada Doraci Teresinha Kunz Pavalegine é realizado com parceria e respaldo técnico da Coamo. Na imagem a cooperada com o engenheiro agrônomo Wagner Locatelli

Fazendo a coisa certa

Outro cooperado que não abre mão de uma produção sustentável de alimentos é Ivo Gondolo, de Ipuaçu (SC). Ele segue as orientações técnicas da Coamo à risca

Outro cooperado que não abre mão de uma produção sustentável de alimentos é Ivo Gondolo, de Ipuaçu (Oeste de Santa Catarina). Ele segue as orientações técnicas da Coamo à risca. “A agricultura exige conhecimento para o momento certo para aplicação dos defensivos agrícolas. Para cada situação existe um produto e a quantidade ideal para se aplicar. Seguindo esses parâmetros não existe risco a nossa saúde e nem a do consumidor. ”

No começo do dia, o cooperado confere cada bico da máquina de pulverização, avalia a vazão e limpa os filtros de cada tanque. São cuidados necessários para que a aplicação seja efetiva. “O objetivo é colocar a quantidade exata de agroquímicos, sem desperdício ou excesso. A aplicação precisa ser realizada de forma eficiente.”

Quanto ao aumento da produção, o cooperado destaca que é possível, e sem descuidar do manejo consciente. “Ano a ano, novas variedades surgem no mercado, permitindo o incremento da produção de uma forma sustentável. Basta se planejar e seguir o que o agrônomo nos recomenda. Por isso, não abro mão de participar nos eventos técnicos da cooperativa e de ouvir atentamente aquilo que o técnico repassa nas visitas a nossa propriedade”, destaca.

Orgulhoso por ser um produtor de alimentos, ‘seo’ Ivo salienta que o homem do campo é o primeiro a defender o meio ambiente. “É claro que aplicamos defensivos agrícolas, mas sempre seguindo as normas e padrões exigidos e com a orientação do agrônomo da Coamo. Isso prova que fazemos o uso moderado, pois além de garantir um alimento seguro, reduz os custos de produção.”

Para Bruno Henrique Alves Garcia, engenheiro agrônomo da Coamo em Ipuaçu, a tecnologia de aplicação é uma das principais ferramentas para obter melhor produtividade. “Para colher bem e com sustentabilidade é preciso ter conhecimento. Por isso, a assistência técnica da Coamo trabalha junto do produtor rural. Nesse quesito os cooperados da Coamo saem na frente, pois têm suporte e estão acostumados a fazer a coisa certa.”

Para Bruno Henrique Alves Garcia, engenheiro agrônomo da Coamo em Ipuaçu, a tecnologia de aplicação é uma das principais ferramentas para obter melhor produtividade

Perpetuando o sistema

Fernando e o pai Edelfonso Becker, de Mamborê (PR), sabem que um manejo sustentável depende de conhecimento técnico e investimento

Edelfonso Becker e Fernando Juliato Becker, pai e filho, trabalham juntos na propriedade da família localizada em Mamborê (Centro-Oeste do Paraná). Eles sabem que um manejo sustentável depende de conhecimento técnico e investimento. “Seguimos sempre as recomendações do departamento técnico. Mas, também é preciso ter máquinas que respondam às aplicações daquilo que você quer fazer, utilizar sementes de qualidade, a adubação recomendada para a área e ter uma equipe que corresponda a todo esse investimento fazendo o que é preciso e na hora certa”, afirma Edelfonso.

Ele também um produtor consciente e preocupado com o resultado e impacto do seu trabalho. “O alimento que estou produzindo poderá ser consumido pelo meu filho, pai e mãe. Temos que produzir aquilo que estamos dispostos a consumir. Produzir com consciência.”

Com o aumento populacional, os defensivos agrícolas são fundamentais para a produção em larga escala. Contudo, é possível aliar o uso destes produtos à práticas sustentáveis. “São bilhões de pessoas se alimentando, e se não for a agricultura empresarial para produzir, somente a agricultura familiar não dará conta de alimentar todo esse povo. Mas, com a conservação do solo e do meio ambiente, é possível obter uma produção sustentável.”

Edelfonso Becker, inclusive já repassa esse legado ao filho Fernando Juliato Becker. “Minha fase já está passando e a geração dos nossos filhos tem que vir com a consciência de produzir, preservando o meio ambiente.”

O filho faz parte de uma nova geração de produtores rurais. Ele observa que essas práticas são fundamentais para perpetuar a atividade. “O agricultor não quer usar herbicida, ele precisa. Quanto menos usar é melhor, pois o custo é menor. Mas, a necessidade de alimentos no mundo está numa crescente, tão grande, que se não forem utilizadas todas as tecnologias disponíveis, em pouco tempo o mundo não terá alimento suficiente.”

A consciência ambiental, conforme Fernando, já parte do próprio cuidado de se ter uma propriedade saudável. “Temos muitas ferramentas para produzir de forma sustentável e os defensivos são apenas uma dessas. Com uma rotação de culturas bem feita, por exemplo, muitas plantas daninhas ou insetos e pragas, têm a população reduzida no próximo ano."

Edelfonso Becker adota várias práticas e sistemas para uma produção sustentável. Todo trabalho é acompanhado pelo engenheiro agrônomo Marcelo Soares da Silva

Lição de casa bem feita

Devolução das embalagens vazias é uma ação importante para a sustentabilidade

Quando o assunto é agricultura, o brasileiro pode estufar o peito e se orgulhar de ter nascido no Brasil, um país produtor de alimentos com alta tecnologia e um dos maiores exportadores do mundo. Porém, fazer a lição de casa bem feita, vai além da produção. Prova disso, são os resultados que o Brasil tem no campo da devolução das embalagens vazias de defensivos agrícolas, ou seja, 94% da embalagens são devolvidas corretamente. No Estados Unidos, por exemplo, esse número cai para 33%

O coordenador de Operações do Inpev, Fábio Macul, ressalta que o sistema de devolução de embalagens vazias funciona. “Outros países vêm ao Brasil para ver como fazemos essa logística. Somos uma parte do sistema, que é composto pelo agricultor, revenda, cooperativa, poder público e indústrias. O agricultor é peça chave, pois é consciente e colabora muito para que esse projeto continue dando grande resultado.”

Cooperando a favor do mundo

Jhony Moller, analista de desenvolvimento Técnico da Ocepar

Jhony Moller, analista de desenvolvimento Técnico da Ocepar, avalia que o cooperativismo é um dos meios para que o agricultor trabalhe em favor de uma produção de alimentos consciente. “A cooperativa por meio do quadro técnico recomenda o uso de defensivos conforme a necessidade para cada situação. São realizadas avaliações in loco na propriedade dos cooperados e, conforme a necessidade, o agrônomo faz a recomendação para o controle daquela situação.”

De acordo com Moller é possível que o agricultor alcance boas produtividades sem agredir o meio ambiente. “O uso de defensivos agrícolas é aliado a outras práticas que a cooperativa também desenvolve como, por exemplo, o manejo integrado de pragas e a avaliação do uso de um produto químico específico para o controle da praga. Sem necessidade, não há a indicação”, explica.

“A produtividade que se alcançou hoje no país, pelo volume de produção, demandará em algum momento esse controle. Isso é necessário em razão de fatores que não temos interferência, como o clima, pragas, dentre outros. O que se precisa é uma avaliação técnica, e por meio de cooperativas como a Coamo, esse trabalho tem sido muito bem conduzido”, analisa Moller.

Ciência a favor da produção

Avanços na tecnologia são resultados de muitos anos de pesquisa científica

Apesar de todos os esforços para a produção sustentável de alimentos, alguns setores tentam criminalizar a atividade agrícola que faz o uso de defensivos. O agricultor sabe que qualquer produto químico deve ser utilizado adequadamente, porém, a forma como se tem sido abordado o assunto por parte da mídia, passa a impressão de que a prática é negativa e prejudicial.

O pesquisador da Embrapa, Dionísio Gazziero, é defensor de uma análise crítica e ponderada sobre o assunto. “Sabemos que qualquer produto químico deve ser utilizado com muita cautela. Por isso insistimos no uso adequado desses produtos. Se utilizarmos corretamente, evitaremos ao máximo qualquer tipo de problema. Mas, a forma como se coloca a discussão parece que tudo que acontece de ruim no mundo é devido ao agrotóxico. Isso não é bem assim, a moeda tem dois lados e precisamos olhar cada lado para ver o que está acontecendo.”

Gazziero explica que o Brasil por se tratar de um país tropical precisa de defensivos agrícolas para produzir alimentos. “Precisamos desses produtos para manter a agricultura no país. Por outro lado, precisamos ter muito cuidado e a maioria dos agricultores utilizam de forma consciente”, explica.

Segundo Gazziero, a orientação e preocupação técnica vai desde o momento da colocação do produto no tanque, pois a manipulação realizada incorretamente pode ser perigosa principalmente para o próprio agricultor ou o aplicador. Outro ponto, é a aplicação conforme os períodos de carência. “Existem produtos, por exemplo, que precisamos esperar três a cinco dias para fazer a colheita. Existem outros produtos que precisamos esperar 30, 40, 70 dias. Então, precisamos respeitar esses períodos de carência e não só na soja ou no milho, mas principalmente nas hortaliças. Se o agricultor aplicar hoje algo que não poderia e colocar em comercialização amanhã, com certeza levará a mesa do consumidor um produto contaminado.”

Porém, com muito respaldo técnico os agricultores que cumprem esses requisitos básicos, entregam produtos que não trazem problemas a saúde do consumidor e deles próprios. “A pesquisa, a cooperativa e a assistência técnica de uma forma geral tem como meta orientar os agricultores nesse sentido. Mas, é preciso também um entendimento do agricultor da importância de cada item apontado no sentido de utilizar corretamente cada um desses produtos”, esclarece o pesquisador.

Orgulho para o Brasil, a agricultura tem sido uma das grandes alavancas da economia, conforme explica Gazziero. “A agricultura em nosso país é responsável por praticamente todo o sucesso que temos em nosso PIB [Produto Interno Bruto], ou seja, em nossa economia. Mas, parece que querem derrubar o que temos de bom nesse país. Temos sim o que melhorar. É preciso equilibrar as coisas, pois senão fica somente trabalhando e desgastando um lado quando na verdade temos que corrigir tudo que tem de errado. Devemos melhorar o nível cultural como um todo.”

Dionísio Gazziero, da Embrapa

O pesquisador da Embrapa ainda acrescenta que o agricultor precisa se conscientizar de tudo que está acontecendo, pois essa é uma onda que acaba afetando a todos. “Na medida em que brasileiros começam a dizer que nossos alimentos estão intoxicados, e isso não é uma verdade, isso sai lá fora e acaba influenciando nas questões de custo e comercialização. Então, muitas vezes, pessoas que não tem o mínimo conhecimento do que é agricultura e de como se usa os produtos, ficam falando coisas que não entendem e acabam prejudicando o país como um todo.”

Para Dionísio Gazziero, o trabalho da Coamo é de fundamental importância. “Os dias de campo que a cooperativa faz levando os agricultores até a Fazenda Experimental e reunindo os pesquisadores de diversos Estados, professores e os próprios técnicos da cooperativa, no sentido de tratar desses assuntos importantes na área da tecnologia, é fundamental. Mas, existem ainda outros trabalhos importantes feitos no dia a dia como a assistência técnica.”

Segundo o pesquisador, diante de tanta informação errônea a solução é continuar trabalhando e se aprimorando. “Tem muita gente falando o que não deveria. Nossa saída é continuar com trabalhos como o que a Coamo sempre fez, que são esses treinamentos, interagindo os técnicos da cooperativa com outros de fora. Sempre precisamos melhorar qualquer processo e o defensivos também podemos melhorar. Todos têm a informação, e sabem como devem e podem utilizar esses produtos. Basta continuar esse trabalho.”

Assistência em campo

Coamo conta com um dos maiores corpos técnicos do país, auxiliando e recomendando as práticas mais corretas, eficientes e em harmonia com o meio ambiente e a saúde dos agricultores e consumidores de alimentos

Por dentro da lei

O uso dos defensivos agrícolas no Brasil é regido pela Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que foi publicada em 2002, pelo decreto 4.074/02, momento em que a fiscalização foi intensificada. A legislação define vários protagonistas, sendo o agricultor, o agrônomo e o fornecedor, os principais. Cada um tem uma responsabilidade muito bem definida, conforme explica o advogado e chefe do Departamento de Direito Administrativo e Meio Ambiente da Coamo, Djalma Lucio Oliveira.

Conforme o advogado, no dia a dia, a lei é cumprida de forma exemplar, mas é sempre bom lembrar de alguns detalhes e riscos que os atores desse processo estão sujeitos. “Embora o número de acidentes e intoxicações com defensivos agrícolas sejam muito baixos, pois os defensivos e os equipamentos de aplicação evoluíram muito, proporcionando uma segurança muito maior, a fiscalização tem aumentado cada vez mais.”

Com possíveis desdobramentos até mesmo criminais, o homem do campo, precisa estar atento a cada detalhe para seguir a lei a risca. “É preciso que o agricultor conheça muito bem a lei, pois existem casos que podem levar a pena de 2 a 4 anos de reclusão. Se os defensivos forem recomendados para determinada área, devem ser utilizados exatamente na área recomendada, mesmo que haja uma área próxima e similar. Por isso, o agricultor deve atender exatamente o que está recomendado pelo agrônomo no receituário.”

As raízes da Coamo vêm do trabalho de extensão agrícola, ou seja, de atuação do agrônomo em campo, para orientar o cooperado sobre práticas e técnicas agronômicas. Assim, desde a sua fundação a Coamo realiza um importante trabalho de assistência técnica e difusão de tecnologias. Com a Fazenda Experimental, todo o trabalho é validado e repassado uniformemente a agrônomos e cooperados, com o respaldo de pesquisadores dos principais institutos de pesquisa do país.

A Coamo também conta com um dos maiores corpos técnicos do país. São mais de 260 engenheiros agrônomos, em toda a área de ação da cooperativa, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. “A Coamo dispõe de profissionais habilitados pelo conselho que rege a categoria, que é o Crea. Ou seja, há uma grande responsabilidade em cima destes técnicos”, explica Lucas Gouvea, chefe do Departamento de Suporte Técnico da Coamo.

Diante dessa responsabilidade e preocupação da Coamo para a realização de um trabalho de excelência, Gouvea esclarece que toda equipe técnica vistoria as áreas para obter um diagnóstico sobre a necessidade de aplicação dos defensivos agrícolas. “Tudo parte da visita que nossos agrônomos realizam em campo.”

Contudo, Lucas Gouvea explica que outra vertente importante para este trabalho é o manejo integrado de pragas. “O diagnóstico, além de tudo, passa pelo MIP, que nada mais é do que as pragas chegarem a um nível de dano que justifique uma intervenção química.

Essa prática é bastante difundida por todos os técnicos da Coamo.” Além disso, ele destaca que é preciso atentar-se a tecnologia de aplicação, que vem evoluindo ano após ano. “É uma prática comum, mas que tem princípios básicos. Primeiramente, o cooperado precisa ter controle da condição climática – ventos, umidade relativa do ar e temperatura - naquele momento da aplicação. Isso para que o produto possa realmente atingir o alvo, evitando problemas de deriva.”

O engenheiro agrônomo diz que um ponto importante e diferencial da Coamo é a Fazenda Experimental. “Em nosso laboratório a céu aberto, desenvolvemos trabalhos direcionados aos cooperados. Os produtos e serviços que temos a disposição dos associados, em algum momento, passaram pela Fazenda Experimental para validarmos. Levamos, assim, a certeza de que o que estão utilizando realmente trará um benefício.”


Antes da aplicação dos defensivos, recomendação é a utilização do MIP, que nada mais é do que as pragas chegarem num nível de dano que justifique uma intervenção química

Defensivos a favor da PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

Os defensivos agrícolas são, na prática, avanços tecnológicos resultado de décadas de pesquisas científicas do poder público e iniciativa privada. Os produtos têm uma série de trâmites e exigências legais a serem cumpridas antes da liberação para uso, como procedimentos de segurança pré-definidos e um controle criterioso, o que vale da fabricação até a venda, do uso nas lavouras até a análise de amostras de alimentos já colhidos para análises em laboratório.  Isso faz com que seja uma cadeia de alto controle e de responsabilidades econômica, ambiental e social. Mas, todo esse esforço de cada elo da cadeia não costuma ser facilmente reconhecido pela opinião pública.

Em um dos episódios mais recentes que exemplificam essa situação, o debate de um Projeto de Lei que prevê uma modernização da legislação para regular o registro de defensivos agrícolas causou furor na internet. Artistas e celebridades, muitos sem qualquer contato mais próximo com a complexidade da área agrícola, começaram uma ofensiva contra os produtores. 

Nas peças com conteúdo ideológico, sem embasamento científico, os agricultores são acusados de usarem defensivos em excesso e mais do que qualquer outro lugar do mundo. Os números levantados com critério científico, no entanto, mostram justamente o contrário. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), mesmo sendo um país tropical (sem a neve e o frio congelante que esterilizam o solo em nações tradicionais de agricultura na América do Norte, Europa e Ásia), o Brasil usa 11 vezes menos agrotóxicos, em relação à área cultivada, do que o Japão, país conhecido pela longevidade do seu povo. 

Apesar de o Brasil ser o maior exportador do mundo de café, soja e suco de laranja, e um dos maiores na produção de vários outros alimentos, os produtores ocupam apenas o 11º lugar no ranking mundial do uso de defensivos agrícolas em relação ao volume total produzido, ainda segundo a FAO. Isso mostra algo que é desconhecido à imagem que circula no senso comum. Os produtores rurais, na verdade, são os que mais buscam a economia no uso de defensivos agrícolas. A cada aplicação que deixa de ser feita em uma lavoura há um ganho financeiro significativo, além de todo o ganho ambiental e outros benefícios intangíveis.



Modernização das leis sobre defensivos

Os defensivos agrícolas são um dos mercados mais regulados do mundo. No Brasil, o trâmite lento para o registro de novos produtos é um dos aspectos que mais causa problemas. Atualmente, a liberação de agroquímicos precisa passar por três órgãos: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). É comum que um produto leve até 10 anos para cumprir todos os processos antes de ser comercializado. Esse cenário abriu o debate sobre a necessidade de modernizar as regras que regulamentam o setor, por meio do Projeto de Lei nº 6.299/2002.

Fonte: Boletim Informativo – Sistema Faep

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