Uma imensidão verde partindo para o amarelo. É esta a visão para quem olha os campos de produção na região de Ivaiporã (Centro-Norte do Paraná). A maioria das áreas estão tomadas por lavouras de trigo, o carro-chefe da safra de inverno. Os cooperados da Coamo em Ivaiporã Laurindo Macri e Roberto Aparecido Ricardo, moradores da localidade de Barra Preta, em Jardim Alegre, são triticultores tradicionais na região. Eles trabalham em sociedade e apesar da estiagem ocorrida este ano esperam uma boa produção nos mais de 130 alqueires destinados para o trigo nesta safra. “Para a nossa região, o trigo é a lavoura mais favorável porque não precisamos forçar a soja para plantar milho depois. Outro motivo é que somos apaixonados pelo trigo. Nem sempre dá a renda que esperamos, mas deixa um resultado muito bom para o solo”, comenta Macri. Ele recorda que na safra passada o clima não contribuiu e a produtividade ficou abaixo do esperado. Contudo, a qualidade do cereal proporcionou uma boa renda.
Roberto Aparecido Ricardo diz que plantam trigo pensando na renda financeira, mas também levam em consideração a importância do cereal para o sistema produtivo. “Com o trigo, reduzimos a infestação de plantas daninhas, gastando menos e facilitando o controle dessas ervas para o plantio da soja”, diz o cooperado.
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Cooperados Roberto Aparecido Ricardo e Laurindo Macri são triticultores tradicionais na região de Ivaiporã |
Engenheiro agrônomo da Coamo, Rafael Fernando Viscardi acompanha lavoura com o cooperado Gregório Kurten |
Gregório Kurten mora em Arapuã e, também, é cooperado da Coamo em Ivaiporã. Ele planta trigo há mais de 20 anos ininterruptos. No ano passado, colheu uma média de 125 sacas por alqueire. “Em 2017 tivemos falta de chuva justamente no momento que as plantas mais precisavam, o que reduziu a produtividade. Este ano também tivemos estiagem, mas os investimentos realizados fizeram com que as plantas suportassem um pouco mais e esperamos uma boa média e trigo de qualidade. Se o preço continuar como está, o cereal ainda valerá a pena”, assinala.
O cooperado reitera a importância do trigo para a conservação e manejo do solo. De acordo com ele, um bom investimento na lavoura de inverno reflete de forma positiva diminuindo o custo e elevando a produtividade da soja. “O trigo deixa uma área mais limpa, quando comparado com o milho. Também ajuda a evitar a erosão e no manejo de plantas daninhas. É a nossa melhor opção para o inverno”, pontua Gregório.
O engenheiro agrônomo Rafael Fernando Viscardi, da Coamo em Ivaiporã, ressalta que o trigo tem grande importância para a economia e para o sistema produtivo na região. De acordo com ele, já é tradição o investimento por parte dos cooperados, sempre buscando novas tecnologias para que possam alcançar boas produtividades e qualidade do cereal. “São cooperados que seguem as recomendações técnicas e sabem a importância do trigo para a renda e o sistema. Eles utilizam boa adubação e os tratos culturais necessários”, diz. A previsão é que a colheita inicie na segunda quinzena de setembro.
Se os cooperados citados acima cultivam trigo todos os anos, Adelércio Caleffi, de São João do Ivaí (Centro-Norte do Paraná), voltou a acreditar na cultura após alguns anos plantando somente milho safrinha. Ele conta que a opção pelo trigo surgiu após incentivo do departamento Técnico da Coamo. “É a segunda safra consecutiva após anos sem trigo na propriedade”, salienta e revela que no ano passado mesmo com a safra prejudicada o trigo ainda garantiu renda melhor que o milho safrinha.
‘Seo’ Caleffi destaca que nos últimos anos surgiram novas variedades de trigo, mais produtivas e com mais qualidade. “Faço a minha parte, investindo em boa tecnologia e buscando sempre a melhor produção possível. A Coamo nos oferece tudo o que precisamos para uma boa safra”, observa.
Conforme o engenheiro agrônomo Antonio Carlos de Oliveira, da Coamo em São João do Ivaí, o milho predomina como opção na segunda safra, mas as áreas de trigo existentes são cultivadas com tecnologia e visando renda para os associados. “O ‘seo’ Caleffi, por exemplo, está na segunda safra consecutiva com bons resultados. Além da renda, o trigo deixa uma boa palhada beneficiando a safra de soja e o manejo do solo. É uma cultura que se encaixa muito bem no sistema produtivo da região e é importante que o cooperado destine uma parte da área para diversificar o sistema.”
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Adelércio Caleffi, de São João do Ivaí, voltou a acreditar no trigo após alguns anos plantando somente milho. Conforme o engenheiro agrônomo Antonio Carlos de Oliveira, o milho predomina como opção na segunda safra, mas as áreas de trigo existentes são cultivadas com tecnologia e visando renda para os associados |
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