Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 483 | Agosto de 2018 | Campo Mourão - Paraná

MILHO SAFRINHA

Safra determinada pelo clima

"Seo" Faustino com o filho Adilson e o neto Vinicius: segunda safra de milho com dois cenários: com produtividade acima de 250 sacas por alqueires e outro com 150 sacas

Análise técnica

Devido ao atraso da colheita de soja na safra 2017/18, que teve o ciclo alongado em torno de 12 a 15 dias, houve um atraso no plantio do milho de segunda safra, se comparado a safra anterior. A semeadura se concentrou em meados da segunda quinzena de fevereiro e primeira de março. Na safra de 2017, o plantio iniciou em meados da segunda quinzena de janeiro, com quase 85% da área plantada até final de fevereiro.

Clima

Os dados de precipitações da Fazenda Experimental da Coamo, em Campo Mourão, mostram que os meses de abril, maio, junho e julho, ficaram abaixo da média de chuva nos últimos dez anos. Nestes meses as fases de desenvolvimento da cultura na área de ação da Coamo, passavam por vegetativo, florescimento e frutificação, e a falta de água contribuiu negativamente para a cultura.

Aprendizado/lição

A adoção de tecnologias por parte dos cooperados Coamo, realizando corretamente o manejo do solo, plantas daninhas, pragas e doenças, alinhados com uma boa assistência Técnica, contribuiu para a diminuição do impacto. Podendo ainda o cooperado alcançar altos tetos produtivos e com boa rentabilidade, pois o preço está bem superior a última safra.

Com a colheita da segunda safra de milho safrinha na reta final, o momento é de computar os dados e analisar as lições que ficaram. A colheita está confirmando o que já se previa, com médias abaixo do esperado devido ao clima desde a implantação das lavouras. Primeiro, ocorreu atraso no plantio devido a falta de chuva. Durante o desenvolvimento, as lavouras também sofreram com falta de água e em alguns casos fortes ventos deitaram as plantas. Contudo, mesmo com as várias situações adversas, há casos em que cooperados alcançaram boas produtividades, assim como outros que viram a produção despencar.

A família Antunes, de Boa Esperança (Centro-Oeste do Paraná), retrata bem o cenário do milho nesta safra. O cereal predomina nas áreas de agricultura na região, e os cooperados não abrem mão de tecnologia e manejos adequados para alcançar boas médias de produtividade. “Sempre fazemos um bom investimento e alcançamos boa produção. Esse ano, devido ao clima, as médias ficaram abaixo do esperado. Contudo, se não tivéssemos utilizado boa tecnologia, a produtividade poderia ter sido ainda menor”, comenta Adilson José Antunes.

O cooperado conta que teve dois cenários de colheita: um com produtividade acima de 250 sacas por alqueires e outro com pelo menos 100 sacas a menos. “O clima foi determinante neste ano. Onde se plantou mais cedo, houve uma produção melhor. O manejo foi o mesmo, assim como o investimento. Toda a área teve um solo bem corrigido com agricultura de precisão”, acrescenta.  

Ele ressalta que um ponto positivo na safra é o valor do milho, que até o início da segunda quinzena de agosto estava em torno de R$ 32,00 a saca. “Tivemos uma queda na produtividade, mas os preços compensaram e ainda tivemos uma boa renda. Mesmo diante de toda as dificuldades, foi um ano bom para a safrinha”, comenta Antunes.

O engenheiro agrônomo Thiago Xavier Bonfim, da Coamo em Boa Esperança, reitera que o período de plantio influenciou diretamente na produção do milho segunda safra. “Estamos em uma mesma região e com cenários diferentes. Os cooperados que conseguiram plantar mais cedo, antes da prorrogação do zoneamento, tiveram um melhor resultado. Quanto mais tarde se plantou, pior foi a produtividade. Tivemos cooperados colhendo entre 280 e 300 sacas, e outros que colheram menos de 150 sacas. Nossos produtores tradicionalmente são bem tecnificados, mas o clima foi determinante neste ano”, assinala.

Família Antunes com o agrônomo Thiago Xavier Bonfim e colaboradores durante a colheita
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