Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 463 | Outubro de 2016 | Campo Mourão - Paraná

SAFRA DE INVERNO

ANO POSITIVO PARA O TRIGO

Altamir Paula Neves ao lado do filho Willian, de Mamborê, comemoram bons resultados com o trigo

Considerada uma das principais opções de inverno, a colheita do trigo revelou boas surpresas nesta safra. A alta qualidade e a produtividade animou e até surpreendeu os triticultores cooperados da Coamo. O momento não poderia ser melhor para quem optou pela cultura. O cereal faz parte da história da cooperativa, uma vez que quando da fundação, na década de 70, a triticultura já tinha expressividade na região. Para muitos associados, uma cultura tradicional,  que sempre é viável para o sistema de produção, desde que seja conduzida com profissionalismo.

A diversidade dentro do sistema de produção é muito importante para manter níveis satisfatórios de produtividade. O cooperado deve ficar atento à estabilidade do sistema de produção, procurando explorar ao máximo o potencial das alternativas de plantas que estão à disposição da agricultura. A cultura do trigo, por exemplo, a cada safra de inverno vem recuperando espaço na preferência dos cooperados Coamo, por vários fatores. Entre eles está a importância econômica do cereal e a viabilidade para o sistema de rotação de culturas. Outro fator levado em conta, e não de menor importância, é a resposta positiva ao investimento tecnológico.

Na região Centro-Oeste do Paraná o trigo é apontado como a principal opção de inverno. Altamir Paula Neves, de Mamborê, é um dos cooperados que teve bom rendimento com a cultura. “A boa produção vem de uma série de ações, como o auxílio técnico e os investimentos realizados para alcançar todo o potencial da lavoura”, comenta. A média na área de 60 alqueires destinados para o cereal ficou em 167 sacas por alqueire, com pico de até 178 sacas. O cooperado cultiva um total de 240 alqueires, sendo a área dividida também com milho safrinha e aveia. 

A opção pelo trigo é relativamente nova para Neves, que até quatro anos atrás plantava somente aveia e milho safrinha na segunda safra. “Nesses quatro anos houve um grande avanço na produção e com chance de aumentar a área a cada ano. O trigo se encaixa perfeitamente na rotação de culturas e a partir do momento que deixa uma boa renda, como ocorreu neste ano, nos anima a investir ainda mais”, diz.

A colheita do trigo na propriedade do cooperado terminou no início de outubro e, de imediato, começou o plantio da soja, cultura que se beneficia da palhada e dos investimentos realizados no trigo. “A semente da soja está sendo depositada em uma área bem estruturada, esperamos que seja mais uma boa safra de verão”, assinala Neves.

O cooperado tem todo o respaldo do departamento Técnico da Coamo da Coamo em Mamborê, que auxilia no planejamento e tomada de decisões. De acordo com o agrônomo Diego Monteiro, o trigo é uma cultura bem explorada na região e, nesta safra respondeu ao investimento. “Esse ano, principalmente, em função do clima favorável tivemos cooperados com bons resultados e alguns, como o ‘seo’ Altamir, que investe em tecnologia e busca apoio da assistência técnica consegue se diferenciar mesmo em anos de clima ruim, e quando o tempo ajuda tem um resultado ainda melhor. O trigo tem benefícios para todo o sistema produtivo e é importante que se torne rentável, por isso deve ser bem manejado e planejado”, salienta Monteiro.

Semente da soja já está no solo. Palhada do trigo ajuda no manejo e beneficia a próxima safra que se inicia. Altamir acompanha plantio com o agrônomo Diego Monteiro, de Mamborê

Outro exemplo de sucesso com o trigo vem da família Brunetta, também de Mamborê. Os irmãos José, Ivo e Mário trabalham em parceria. Fecharam a safra com uma média de 182 sacas por alqueire, com picos de até 192 sacas. “Este ano, o trigo rendeu acima do previsto. Até então, não tínhamos alcançado resultados tão significativos. A lavoura respondeu ao investimento que fizemos”, revela José Brunetta.

O cereal faz parte do sistema de rotação adotado pelos irmãos, que buscam equilíbrio do solo e renda com a cultura. José reitera que o trigo proporciona uma boa palhada para a lavoura subsequente, no caso a soja. “São vários os benefícios que podemos destacar como, por exemplo, o fato de a palhada ajudar a evitar a erosão e a controlar pragas e plantas daninhas. Boa parte do investimento que fazemos no inverno também pode ser sentido no verão.”

Conforme o engenheiro agrônomo Renato Di Salvo Mastrantonio, do departamento Técnico da Coamo, os cooperados entendem a importância do cereal e tem investido mais a cada safra. “A família Brunetta é um exemplo disso. São cooperados que melhoram a cada ano e que fazem questão de usar uma boa tecnologia para alcançar a melhor produção.”

Ainda segundo o agrônomo, é necessário que a cultura seja viável também economicamente. Para que isso ocorra o cooperado precisa investir em variedades com boa tecnologia de qualidade e produtividade e não descuidar dos tratos culturais. “Foi realizado um bom manejo para o controle de pragas, plantadas daninhas e doenças desde a implantação da lavoura. Também planejamos a época de plantio para tentar fugir das previsões de geada durante o desenvolvimento da lavoura. São questões como essas que contribuíram  para uma média acima do esperado e o fechamento de uma safra de inverno com bom resultado financeiro”, analisa Mastrantonio.


TRIGO NO PARANÁ

Nesta safra o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura do Paraná (Seab), estima colher até 3,26 milhões de toneladas, volume ligeiramente inferior ao do ano passado, que atingiu 3,28 milhões de toneladas. Segundo o mais recente levantamento.

Irmãos Brunetta, de Mamborê, contam que o trigo rendeu acima do esperado e deixou uma boa renda
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