Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 468 | Abril de 2017 | Campo Mourão - Paraná

ROTEIRO DA PRODUÇÃO

PRODUTIVIDADE ROMPE BARREIRAS

Luiz Carvalho, de Ivaiporã (Centro-Norte do Paraná), tem como meta alcançar a média de 200 sacas por alqueire de soja

"Meu objetivo é chegar nas 200 sacas [de média por alqueire]. Tenho investido em novas tecnologias que possibilitam alcançar esse número.” A afirmação é do cooperado Luiz Aparecido de Carvalho, de Ivaiporã (Vale do Ivaí) e retrata que os agricultores associados à Coamo não têm medido esforços para obter boas médias. São altos os investimentos para ter, cada vez mais, uma produção sustentável, rentável e com regularidade.

A safra de verão 2016/17 está praticamente no fim e se confirma como uma das mais produtivas da história da cooperativa. O momento é de computar os dados e comemorar os bons resultados. Neste momento de avaliação também é preciso saber que lição a safra deixou e a conclusão, segundo relatos dos cooperados, é de que vale a pena investir, aplicar novidades tecnológicas, utilizar práticas e sistemas que possam melhorar a cadeia produtiva, sem esquecer de levar em conta o planejamento. Isso porque em período de clima bom, como ocorreu nesta safra, todos colhem bem, porém quem segue as recomendações têm números ainda melhores.

A equipe de reportagem da Revista Coamo percorreu todas as regiões da cooperativa no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul para conferir e mostrar números desta safra e bons exemplos de cooperados como é o caso do Luiz Carvalho, que não mede esforços para alcançar a produtividade pretendida.

Nesta safra, o associado colheu uma média de 185 sacas por alqueire e no ano anterior tinha produzido 179,5 sacas. “Sei que não existe nenhum milagre e que não vou chegar na meta de um ano para o outro. São vários os fatores que podem influenciar para uma boa produção e estamos fazendo a nossa parte”, salienta Carvalho.

Cooperado Luiz Carvalho tem investido em tecnologia e práticas sustentáveis para manter a regularidade na produtividade

A produtividade do cooperado está bem acima da média brasileira, fixada em 143 sacas por alqueire, de acordo com o mais recente levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na visão de Carvalho, é preciso acompanhar as novidades tecnológicas, seguir as recomendações técnicas e utilizar insumos de qualidade. É um trabalho que vai desde o planejamento, passando por um bom plantio e tratos culturais necessários, até a colheita.

Nascido no meio rural e empresário no ramo farmacêutico, Carvalho estava com as terras arrendadas até que há oito anos, retomou as áreas para encarar os desafios da agricultura. “Desde que tomei a frente da atividade, meu objetivo sempre foi produzir bem. Para que isso ocorra, participo de reuniões, de dias de campo, treinamentos e acompanho o mercado para ver o que há de novo. Estou sempre atrás de novidade”, assinala.

As primeiras médias do cooperado giraram em torno de 140 sacas por alqueire o que, segundo ele, era um bom número para a época. “Hoje, oito anos depois, chegamos a 185. Foi uma evolução rápida e, por isso, acredito que vou conseguir chegar nas 200 sacas. Fomos incorporando boas práticas que foram surgindo ao longo dos anos. Tudo o que há de melhor, a Coamo tem nos oferecido e estamos abertos para receber.”

Mesmo estando no caminho certo, o cooperado, também, entende que é preciso melhorar em alguns aspectos. Ele conta que uma das mudanças para as próximas safras está relacionada ao plantio. “Precisamos trabalhar melhor nesse sentido. Diminuir a velocidade e plantar de forma escalonada. Usamos a melhor semente, os melhores tratamentos e os insumos mais modernos, mas sabemos que ainda falta alguma coisa e estamos abertos a corrigir”, diz.

Ele revela que a safra foi semeada em uma semana e foi um erro que não vai mais cometer. “Vamos escalonar em pelo menos 20 dias para não ficarmos refém de uma seca ou de uma chuvarada. Essa é a lição que fica, podemos ir muito além, nada de está bom. Temos que realmente melhorar as nossas práticas.” No verão, o cooperado planta soja e no inverno trigo.

O engenheiro agrônomo Brian Kim Neves, do Departamento Técnico da Coamo em Ivaiporã, conta que foi a melhor safra que já presenciou. “Foi uma safra de altas produtividades e quem investiu menos sentiu a diferença no campo.” Contudo, o agrônomo ressalta que, de forma geral, os cooperados da região precisam mudar algumas práticas e começar a trabalhar para melhorar o perfil e a fertilidade do solo. “A rotação de culturas já deveria estar incorporada ao nosso sistema. Praticamos, hoje, basicamente a sucessão de culturas. Precisamos ter outras opções para incrementar o sistema produtivo”, assinala.

Agrônomo Brian Kim Neves ressalta que o clima ajudou para a boa safra

VITÓRIA NO CAMPO DA PRODUÇÃO

Cooperado Engelbert José Fuchs, de Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná) já está de olho na próxima safra de soja

Sítio Vitória. O nome é bastante sugestivo e a direção na propriedade é no mesmo sentido: manter a regularidade de produção ao longo dos anos. A propriedade está situada em Campo Mourão (Centro-Oeste de Campo Mourão), e tem à frente dos trabalhos o cooperado Engelbert José Fuchs.

O carro chefe na propriedade é a produção de soja e todo o manejo, desde a correção de solo e investimento ao longo do ano é pensando na oleaginosa. “Tudo o que aplicamos durante o ano é visando uma boa safra de soja. Fazemos de tudo para que a safra de verão não seja sacrificada, para que a lavoura possa expressar todo o seu potencial produtivo. Entre as ações desenvolvidas estão uma boa adubação e manejo de solo”, afirma o cooperado.

Na propriedade, que atualmente está com plantio de brachiária para cobertura, já foi realizada agricultura de precisão. “Procuro seguir as recomendações técnicas com adubação, tanto no inverno quanto no verão e, na medida do possível, faço rotação de culturas. Sempre com a ideia de garantir a safra de verão, que paga a conta.”

De acordo com Fuchs, as ações têm influenciado para aumentar a produtividade, que no caso da soja está sempre acima das 160 sacas de média por alqueire. “Esse ano foi muito bom, passou de 190 [sacas de média por alqueire]. O clima ajudou, mas o manejo e a tecnologia empregada têm grande participação. É a somatória de um ano quase perfeito com adubação e manejo correto, além da assistência técnica da Coamo que fornece todo amparo necessário. Trabalhamos lado a lado com a cooperativa, que tem nos ajudado a vencer os desafios”, conta.

João Carlos Bonani, engenheiro agrônomo do Detec da Coamo em Campo Mourão, é o responsável pela assistência técnica na propriedade. Ele comenta que cada safra tem um desafio diferente, e que estão sendo usadas todas as tecnologias possíveis para obter os melhores resultados. “A propriedade sempre teve médias boas, em comparação à região. Sabemos que pode melhorar ainda mais, pois os materiais de soja estão com alto potencial genético."

Bonani acrescenta que todas as novidades que surgem no mercado, em relação a controle de doença e manejo de plantas daninhas, é são utilizadas na área. "A assistência técnica passa todas as informações e as recomendações, e o cooperado faz da melhor maneira possível. É uma somatória de ações visando sempre os bons resultados.”

O agrônomo ressalta que o clima foi determinante para o bom resultado, mas mesmo em ano de clima não tão bom as médias têm sido boas. “Em ano bom, muita gente vai bem, até aqueles que não são tão bons. Já em ano ruim começa a filtrar um pouco. É quando o cooperado que faz rotação de culturas, agricultura de precisão, cobertura de inverno, bom nível de matéria orgânica, solo bem corrigido, aliado a outras tecnologias e práticas de manejo, acaba fechando acima da média, mesmo em período de frustração com o clima. Isso ocorre porque o solo está mais preparado”, assinala o agrônomo.

João Carlos Bonani, engenheiro agrônomo do Detec da Coamo em Campo Mourão, é o responsável pela assistência técnica na propriedade de Engelbert Fuchs. Ele comenta que cada safra tem um desafio diferente, e que estão sendo usadas todas as tecnologias possíveis para obter os melhores resultados

DESAFIO E OPORTUNIDADES PARA OS TROMBINI

Família Trombini é referência em uso de tecnologia e em produtividade na região Central do Paraná

Agricultor tradicional na região Central do Paraná, o cooperado Pedrinho Trombini, de Boa Ventura de São Roque, conhece bem os desafios e as oportunidades que cada safra oferece. Pioneiro no plantio de soja, ele tem presenciado bons resultados, safra após safra. É uma longa história de cooperativismo e evolução. Neste ano, teve a maior produtividade de todos os tempos. Em um total de 90 alqueires com soja, fechou com 180 sacas de média. O bom rendimento também ocorreu em 7,5 alqueires de milho, com uma produtividade de 580 sacas.

Ele conta que, ao longo dos anos, vem obtendo bons resultados, mas que nesta safra tudo saiu como o planejado. No ano passado, o problema foi com excesso de chuva, mas mesmo com todas as adversidades ainda conseguiu colher 150 sacas. “Esse ano saiu tudo certo, desde o plantio até a colheita”, frisa.

Trombini cita que não tem poupado investimento em correção do solo, adubação e fazendo as aplicações na hora certa. “Buscamos sempre a melhor produtividade e neste ano, como o clima ajudou, terminou tudo dentro do esperado. Desde o início, a lavoura se mostrava bem, tínhamos boas expectativas, mas a produtividade surpreendeu.”

O cooperado foi um dos primeiros a plantar soja na região Central do Paraná. Ele recorda que no início o plantio era com soja convencional, com pouca tecnologia. As primeiras colheitas foram de 70 a 80 sacas por alqueire e não contente com a produção Trombini lembra que começou a buscar novas práticas que pudessem melhorar. “Fomos nos aprimorando, fazendo correção de solo e tudo que aparecia de novo nós utilizamos”, diz.

Na opinião dele, um marco na agricultura foi o surgimento do plantio direto. “Esse sistema foi e ainda é muito importante. Fazendo um bom manejo e rotação de culturas temos um solo bem mais equilibrado e isso tem influenciado para alcançarmos essas médias.” O cooperado planta soja e milho no verão e no inverno cultiva trigo e aveia para cobertura.

Todo trabalho na propriedade dos Trombini é realizado em parceria com a Coamo. Segundo o cooperado, esse é outro fator importante para os bons resultados. “Além da assistência técnica, temos apoio para a aquisição de insumos e podemos fazer o melhor manejo possível. A expectativa é produzir cada vez mais. Nossa área não é grande, então, temos que buscar mais produtividade e para que isso ocorra vamos continuar com os investimentos. A safra nem bem terminou e já estamos pensando nas próximas, precisamos ser otimistas.”

Tiago Alves Faria, encarregado do Detec da Coamo em Boa Ventura de São Roque, ressalta que os cooperados da região têm, cada vez mais, utilizado tecnologia de ponta. “São novidades que vieram para ficar e tem melhorado a produtividade. Neste ano, estamos vendo o quanto vale a pena investir. Cooperado como o ‘seo’ Pedrinho Trombini, que adota novas práticas tecnológicas, sobressaem, em anos bons ou ruins. Já quem não tem esse perfil, acaba sempre ficando na média geral da região, nunca colhe a mais”, analisa.

Pedrinho Trombini é pioneiro no plantio de soja e tem presenciado bons resultados, safra após safra

Tiago Alves Faria, encarregado do Detec da Coamo em Boa Ventura de São Roque, ressalta que os cooperados da região têm, cada vez mais, utilizado tecnologia de ponta

PLANEJAMENTO E REGULARIDADE

Ricardo Friedrich, de Pinhão (Centro-Sul do Paraná), sempre teve médias acima das 150 e 160 sacas de soja por alqueire e, neste ano viu a produtividade chegar a 180 sacas

Adepto à rotação de culturas, Ricardo Friedrich sempre destina parte da área de verão para o milho, que neste ano também teve bom rendimento, passando de 500 sacas por alqueire

Gaúcho e vivendo na região de Pinhão (Centro-Sul do Paraná) desde 1984, o cooperado Ricardo Friedrich é um exemplo de sustentabilidade na produtividade. Com médias sempre acima das 150 e 160 sacas de soja por alqueire, neste ano viu a produtividade chegar a 180 sacas.

Associado desde 1999, logo que a Coamo chegou na região, ele conta que faz todo o manejo necessário para manter a regularidade na produtividade. “Não adianta produzir anos bem em alguns anos e em outros não. Tem que produzir sempre bem”, frisa.

O primeiro passo, segundo Friedrich, é o planejamento. Ele comenta que sempre procura a assistência técnica a fim de definir como será o ano agrícola. “A produtividade tem aumentado nos últimos anos. Estamos fazendo a nossa parte. A região é abençoada pelo clima, geralmente tem chuva normal. O que precisamos é corrigir o solo e utilizar as boas práticas existentes.”

Adepto a rotação de culturas, o cooperado sempre destina parte da área de verão para o milho, que neste ano também teve bom rendimento, passando de 500 sacas por alqueire. A média de Friedrich, representa bem a realidade dos cooperados que investem no milho de verão como opção para a rotação de culturas. É um número acima da média do Paraná que é de 363 sacas por alqueire, de acordo com o sétimo relatório da Conab. Já a média nacional é de 217 sacas por alqueire.

No inverno, o cooperado cultiva trigo e aveia, além de ter áreas para a integração lavoura x pecuária. “Para produzir tem que investir. Não é fácil manter a sustentabilidade no campo, já que o custo é alto. Então, não podemos errar e utilizar os insumos da melhor maneira possível. A Coamo tem nos ajudado, tem sido fundamental para os agricultores, tanto na hora do plantio quanto da comercialização. É uma segurança para que possamos atingir os bons resultados.”

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS AO "PÉ DA LETRA"

Maico Daniel Lenz, de Nova Santa Rosa (Oeste do Paraná) diz que quem faz a lição de casa tem bons resultados, seja em ano de clima bom ou ruim

Seguir as recomendações técnicas e as novidades tecnológicas é um dever para quem quer ter boas produtividades. Essa é a visão do cooperado Maico Daniel Lenz, de Nova Santa Rosa (Oeste do Paraná). Segundo ele, quem faz a lição de casa acaba tendo bons resultados, seja em ano de clima bom ou ruim. “Ano passado mesmo, deu veranico de 26 dias na safrinha de milho. Nesse período foram apenas quatro milímetros de chuva. Mas, mesmo assim, o milho se manteve bom e colhemos uma média de 270 sacas por alqueire”, conta.

O cooperado não abre mão da rotação e diversificação de culturas. Prova disso é que neste ano optou por plantar milho no verão no lugar da soja. Isso pensando na melhoria do sistema produtivo a médio e longo prazo. “O carro chefe é a soja. É a cultura que paga as contas, mas precisei plantar milho para quebrar o ciclo e melhorar o sistema. Isso pensando na próxima safra de verão, que será com soja”, comenta. A área de plantio é de dez alqueires e na safra passada a média de soja ficou em 147 sacas por alqueire. “Tivemos problemas com veranico e, ainda assim, fechamos com uma média acima de outros vizinhos”, ressalta.

A região Oeste é formada, em sua maioria, por pequenas áreas. São agricultores familiares, que moram na propriedade e contam com diversificação de atividades, mas que tem na agricultura a principal fonte de renda. Por isso, não abrem mão de tecnologias e práticas que possam ajudar a sustentar as lavouras. Uma técnica que tem se consolidado na região é o consórcio de milho segunda safra com brachiária.

De acordo com o cooperado, o sistema tem sido fundamental para o incremento de produtividade. "A brachiária deixa um solo mais estruturado, com mais palhada. Há sete, oito anos produzia em torno de 120 a 130 sacas de soja por alqueire. Para colher 150 sacas tinha que ser um ano excelente. Houve uma grande evolução e isso é devido ao manejo e boas práticas adotadas. O desafio é sempre melhorar, aumentando a produtividade e também o lucro.”

O engenheiro agrônomo Jefferson Wellington Volpatto Jede, do Detec da Coamo em Nova Santa Rosa, ressalta que predomina na região Oeste do Paraná as pequenas áreas de plantio e os cooperados buscam, sempre, atingir o máximo potencial para que possam tornar as propriedades economicamente viáveis. “São agricultores que investem na agricultura de precisão, adubação, em tecnologias e práticas que possam melhorar o sistema, e ter boas médias mesmo em anos em que o clima não ajuda. Em anos bons, como esse é que vemos o alto potencial produtivo.”

O agrônomo relata que um dos desafios para a safra de verão na região Oeste é estruturar o solo para que as lavouras suportem as possíveis estiagens, comuns entre os meses de dezembro e janeiro. “A palhada da brachiária tem ajudado as plantas a suportar a falta de chuva. São práticas que vão se incorporando e melhorando o sistema como um todo.”

Na área que receberá a próxima safra de soja está semeada brachiária, como opção de cobertura e palhada para o solo

PARANÁ COM SAFRA CONSOLIDADA E MAIS PRODUTIVA

No Paraná as áreas da soja ficaram consolidadas em 5.249,6 mil hectares, com um decréscimo de 3,7% em relação ao exercício anterior. A produtividade confirma os prognósticos de 143 sacas por alqueire, 14,8% maior que a safra anterior. Este aumento de rendimento se deve, além das ótimas condições climáticas, à qualidade das sementes, ao controle preventivo de doenças e à assistência técnica presente em todas as regiões produtoras.

Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, os números confirmam a eficiência dos produtores, que ano a ano, buscam acompanhar e aprimorar o desenvolvimento tecnológico como forma de melhorar a produtividade e a rentabilidade das lavouras. “Esse processo constante de capacitação e aprimoramento tecnológico reduz o risco e se traduz em produtividade e qualidade, características presentes em toda cadeia produtiva do setor agropecuário paranaense”, afirma Ortigara.

Praticamente todas as culturas foram favorecidas pelo clima, caracterizado pela corrente La Niña, que teve um comportamento mais fraco do que o esperado. Com temperaturas mais amenas na primavera e chuvas regulares durante todo o ciclo das culturas, atrelado ao emprego de tecnologia adequada, o resultado foi positivo.

O milho de verão ocupou 501,9 mil hectares. A produtividade obtida é de 363 sacas por alqueire e representa um aumento de 13,2% em relação à safra anterior. A produtividade média do milho, obtida este ano no Paraná, revela que dobrou em comparação há dez anos, quando a média oscilava ao redor de 160 sacas por alqueire. A tecnologia aplicada em sementes, plantio, manejo de solos e novas cultivares, estão possibilitando essa excelência em produção de milho.

EXPERIÊNCIA COM INOVAÇÃO

Todo o trabalho na propriedade dos Bona é realizado em parceria com a Assistência Técnica da Coamo, que auxilia na tomada de decisões

No alto dos seus 84 anos, ‘seo’ Osvaldo Bona une a experiência com a modernidade para alcançar bons resultados com a lavoura e manter a sustentabilidade no campo. Com propriedade em Irani e cooperado em Abelardo Luz, ambos municípios no Oeste de Santa Catarina, ele nasceu no meio rural e planta soja há mais de 40 anos. Durante esse tempo, presenciou muitas transformações e avanços tecnológicos. Entre as mudanças, está a produtividade da oleaginosa, que saltou de 50 para mais de 150 sacas de média, com picos chegando a 200 sacas. A média catarinense neste safra está se confirmando em 141 sacas por alqueire, de acordo com a Conab.

No alto dos seus 84 anos, ‘seo’ Osvaldo Bona une a experiência com a modernidade para alcançar bons resultados com a lavoura e manter a sustentabilidade no campo

SAFRA CHEIA EM SC

Em Santa Catarina as boas condições climáticas, observadas durante grande parte do ciclo da soja, além de proporcionar bom desenvolvimento e garantir elevado potencial produtivo, alongou o ciclo de desenvolvimento de muitas áreas, resultando no atraso de colheita. As produtividades alcançadas indicam um aumento em relação ao obtido na safra passada, podendo chegar a médias superiores a 141 sacas por alqueire. Em muitos locais há relatos de médias ainda maiores, resultado da interação entre clima, material genético e aplicação correta do pacote tecnológico.

Em relação ao milho, os resultados obtidos até o momento indicam um aumento na produtividade média em todas as regiões produtoras, partindo de 290 até 443 sacas por alqueire. O clima, aliado ao uso de insumos adequados, favoreceram o potencial produtivo dos materiais implantados.

Todo o trabalho na propriedade é realizado em parceria com a assistência técnica da Coamo, que auxilia na tomada de decisões. “São várias as tecnologias em correção de solo, novas variedades e manejo para que a lavoura responda a todo o investimento. A assistência técnica tem papel fundamental para alcançar os bons resultados. É uma relação de confiança.”

Se com a soja a produtividade tem sido boa, com o milho não é diferente. Nesta safra a média ficou em 485 sacas. Inclusive, o cereal tem espaço garantindo todos os anos na propriedade. “Tivemos um ano bom. O clima foi importante para colhermos bem. Porém, tudo isso foi possível graças ao bom manejo e uso de tecnologia de ponta, que tem propiciado uma boa média mesmo em anos de clima não tão bom”, destaca ‘seo’ Osvaldo. A produtividade média de milho em Santa Catarina, de acordo com a Conab, é de 443 sacas por alqueire.

De acordo com o engenheiro agrônomo, José Ciro Pires Rodrigues, encarregado do Detec da Coamo em Abelardo Luz, o trabalho na propriedade se torna mais fácil devido ao fato do cooperado ter toda a experiência de vida e ser aberto a novas tecnologias. “Ele quer aprender sempre. Pessoa com mais idade, tende a ser mais conservadora. Já com o ‘seo’ Osvaldo isso não acontece”, observa.

O desafio para o Oeste catarinense é com o clima frio. Ciro está há 22 anos trabalhando na região e aprendeu a superar os obstáculos. Também houve adaptações de manejo e novas variedades apropriadas. “Produzir 170 sacas de soja em uma altitude de 1.100 metros não é fácil. São questões ambientais específicas que aprendemos a lidar”, frisa.

Para superar os desafios, segundo o agrônomo, é necessário seguir três regras: a primeira é o planejamento, a segunda estar aberto para novas tecnologias e a terceira seguir as recomendações técnicas da Coamo e utilizar todos os serviços e insumos necessários e oferecidos pela cooperativa. “A partir do planejamento é que as barreiras vão se rompendo. Trabalhamos com situações extremas como, por exemplo, geada com soja germinando. A gente já sabe como lidar com isso, não pega de surpresa. Quando o clima está bom, tudo está certo. O desafio é dar sustentabilidade para o cooperado em um ano difícil de manter a produtividade e alcançar o objetivo final que é ter lucro com a lavoura.”

DESAFIANDO O SOLO SUL-MATO-GROSSENSE

Cooperado Ivo Brunetta trocou o Paraná pelo Mato Grosso do Sul. Em Amambai, teve que se adequar as condições de solo e clima para manter a produção

De família tradicional na região de Mamborê (Centro-Oeste do Paraná), há cerca de seis anos, o cooperado Ildo Brunetta, resolveu apostar em outra região. A opção foi por Amambai (Sudoeste do Mato Grosso do Sul). Com a mudança surgiram os primeiros desafios, já que as regiões são de clima e solo diferente. O cooperado teve que se adequar a um novo sistema de produção. “O solo é a principal diferença já que aqui na região é bastante misto e no Paraná não era assim. Se não cuidar, fazer boa cobertura e seguir as orientações técnicas, apanha bastante. É necessário palhada para manter o solo mais úmido e sofrer menos com o clima mais quente, tanto para a soja quanto para o milho [segunda safra].”

De acordo com o cooperado, com as práticas que vem sendo adotadas, a produtividade tem aumentado a cada ano. Na área de 140 alqueires a média de soja ficou em 162 sacas. “É uma boa média, a melhor que já colhemos aqui. Atribuo ao manejo e ao trabalho de assistência técnica da Coamo que faz a diferença. Não tem como plantar como se plantava há sete ou oito anos, a cada ano tem que investir para produzir mais, fazer a nossa parte e não ficar dependendo só do clima”, ressalta Brunetta. A média dos agricultores do Mato Grosso do Sul, de acordo com a Conab, é de 133 sacas por alqueire.

Na visão do associado, em Amambai, não se pode cometer erros para obter uma boa produção. O primeiro passo é fazer um bom plantio, que vai desde a preparação do solo, escolha da variedade que melhor se adapta para a região e utilizar insumos de qualidade. Também é necessário conhecer bem a área. Outro ponto importante é fazer um bom trato cultural durante o desenvolvimento da lavoura. Depois, é só caprichar na colheita.

Conforme o engenheiro agrônomo Fábio Alves, encarregado do Departamento Técnico da Coamo em Amambai, o principal desafio para a região Sudoeste do Mato Grosso do Sul, é a incorporação da matéria orgânica no solo. “É uma terra não muito fértil e o clima quente gera estresses mais rápido na planta. É um solo muito ‘manchado’, que precisa ser corrigido, além de receber uma boa cobertura.”

Na visão do agrônomo, os cooperados da Coamo têm essa consciência, o que tem ajudado as lavouras a suportarem os possíveis veranicos entre os meses de dezembro e janeiro. “A produtividade diminuía bastante quando isso acontecia. Neste ano, também tivemos um período de falta de chuva. No caso da área dos Brunetta, foram 18 dias de estiagem e, mesmo assim, a produtividade chegou a 162 sacas por alqueire. Quem implementa novas tecnologias e práticas sustentáveis ao sistema de produção acaba tendo melhores resultados”, diz Alves.

Brachiária se consolidou como uma boa alternativa de palhada para o verão no MS

PARA FICAR NA MEMÓRIA

Assistência Técnica da Coamo tem ajudado na boas médias alcançadas pelo cooperado Eberton Soto, de Aral Moreira (Sudoeste do Mato Grosso do Sul)

A lavoura de milho segunda safra está em pleno desenvolvimento, mas os números da soja ainda não saíram do pensamento do cooperado Eberton Roberto Soto, de Aral Moreira (Sudoeste do Mato Grosso do Sul). Com uma média de 193 sacas, foi a melhor produtividade em 18 anos de atividade rural. Até então, Soto era comerciante.

Ele conta que nesta safra tudo saiu dentro do planejado. “A lavoura foi plantada no momento certo e todos os tratos culturais realizados da melhor maneira possível. Com o clima ajudando, só poderia dar nisso.” O cooperado cultiva um total de 120 alqueires, houve talhões com médias acima de 200 sacas por alqueire. Para ele, a lição que fica é que vale a pena investir na estruturação do solo. “Com a terra fértil e seguindo as recomendações técnicas, as lavouras se desenvolvem melhor”, analisa.

Soto leva todo planejamento ao pé da letra. Tudo o que ocorre na propriedade é devidamente anotado, seja relacionado à lavoura ou ao clima. Nesses 18 anos de agricultura ele tem dados interessantes como, por exemplo, que a média geral na propriedade é de 138 sacas por alqueire. “Nos primeiros seis anos ano tivemos médias baixas de produtividade. Depois, foram aumentando e, por coincidência, foi justamente quando a Coamo chegou em Aral Moreira. Saímos de 97 para 193 sacas de soja, recorde neste ano. É um bom avanço.”

O cooperado diz que faz a sua parte e que algumas questões que envolvem a agricultura, como o clima, por exemplo, não tem o poder de mudar. “Em relação ao tempo, só podemos acompanhar. No ano passado mesmo, houve muita chuva. Ficava sentando na área de casa só vendo a água correr pela lavoura, sem poder fazer nada. Mesmo assim, tivemos uma média de 130 sacas por alqueire e foi muito bom, já que muitos agricultores nem conseguiram colher, perderam tudo com a chuva. Cheguei a acionar o seguro, mas no final tive sorte de ter uma boa média”, conclui.

Flávio Emilio Pizzigatti, encarregado do Detec da Coamo em Aral Moreira, ressalta que o desafio para a região é passar pela estiagem que, tradicionalmente, ocorre em meados de novembro a dezembro. “É comum ter estiagem de 20 a 30 dias, e chegamos a 45 dias sem chuva. Esse é o grande desafio. Além disso, necessitamos de um bom controle de doenças.” Aral Moreira está em uma região com altitudes de 520 a 600 metros e as aplicações devem ocorrer no momento certo, principalmente, contra as doenças de final de ciclo. “Temos percebido que a ferrugem asiática tem aumentado nas últimas safras, não podemos errar para não termos prejuízo”, acrescenta.

De acordo com Pizzigatti, um método para amenizar a falta de chuva no verão, começa com um bom manejo no inverno com a opção de fazer o consórcio de milho segunda safra com brachiária. “O aumento de matéria orgânica tem ajudado a minimizar o efeito da estiagem. Outra prática é antecipar o plantio para chegar no período com a soja mais adiantada. Isso é possível graças as variedades precoces. São ações que contribuem para diminuir os riscos com a seca”, comenta. Ele acrescenta que o bom resultado deste ano é em consequência das práticas adotadas pelos cooperados ao longo dos anos e que tem influenciado para um solo mais estruturado.

Lavoura de milho segunda safra está em pleno desenvolvimento, mas os números da soja ainda não saíram do pensamento do cooperado Eberton Soto. Com uma média de 193 sacas, foi a melhor produtividade em 18 anos


PRODUTORES MAIS TECNIFICADOS NO MS

Em Mato Grosso do Sul, a produtividade estimada de soja é de 133 sacas por alqueire em uma área plantada de 2.522,3 mil hectares, refletindo numa produção recorde. O aumento da produtividade, em comparação com a safra anterior, decorre das boas condições climáticas para todas as regiões produtoras, além do aporte tecnológico adotado pelos produtores no uso de insumos e manejo adequado dos solos.

Com relação ao milho, a área a ser colhida está estimada em 28 mil hectares, apresentando crescimento de 75% em relação à safra passada. A produtividade, estima-se em 358 sacas por alqueire.

FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA AS BOAS PRODUTIVIDADES

O resultado de uma safra, só é conhecido após a colheita. São pelo menos de 120 a 150 dias de um trabalho que pode significar a renda de um ano todo. Com isso, não há espaço para erros. Cada vez mais, os cooperados precisam se profissionalizar e utilizar boa tecnologia. E quando o cooperado faz a sua parte e o clima contribui, como ocorreu neste ano, há motivos de sobra para comemorar a boa produção. Porém, é preciso analisar tudo o que foi realizado durante a safra e planejar as próximas.

De acordo com o engenheiro agrônomo Lucas Gouvêa Vilela Esperandino, nesta safra o clima foi bastante favorável propiciando um bom plantio da soja, com precipitações e umidade relativa do solo adequada, favorecendo a germinação e emergência uniforme. “Com isso, houve melhor stand de plantas e melhor estabelecimento da cultura. As precipitações foram regulares durante o desenvolvimento, ou seja, nas diversas fases da cultura (precipitações nos momentos certos e oportunos). As condições de temperaturas, também, foram favoráveis com bom período de luminosidade.”

Em relação às doenças e pragas, Lucas Gouvêa diz que houve aparecimento da ferrugem da soja mais tarde, com maior intensidade na segunda quinzena de janeiro, com parte das lavouras em fase de maturação fisiológica, acarretando menos problemas. “O ataque do percevejo se manifestou de forma mais intensa, de janeiro em diante, ocasionando menos dano.”

ASSISTÊNCIA TÉCNICA É FUNDAMENTAL

A Assistência Técnica da Coamo tem papel fundamental para a melhoria constante das produtividades dos cooperados segundo o supervisor da área. “São engenheiros agrônomos altamente técnicos e capacitados pela cooperativa. Todos os profissionais com registro no órgão de classe (Crea), ou seja, o cooperado sabe que está sendo atendido por um profissional habilitado, o que gera credibilidade e legitimidade sobre a condução da cultura”, ressalta Gouvêa.

O QUE INFLUENCIOU PARA UMA BOA SAFRA?

CLIMA FAVORÁVEL

  • Período inicial de semeadura da cultura
  • Precipitações regulares no decorrer do desenvolvimento da safra
  • Condições de temperaturas favoráveis
  • Aparecimento da ferrugem da soja “mais tarde”
  • Aparecimento tardio do percevejo

ASSISTÊNCIA TÉCNICA ESPECIALIZADA

  • Profissionais altamente técnicos e capacitados
  • Profissionais fazem análise química e física do solo
  • Regulagem de máquinas e implementos agrícolas
  • Regulagem e calibragem dos pulverizadores, por meio do Programa TA – Tecnologia de Aplicação
  • Cultivares de soja e híbridos de milho cada vez mais adaptados para toda área de aão da cooperativa
  • Recomendação de sistemas e práticas para melhorar o sistema produtivo

COOPERADO

  • Segue as orientações do Departamento Técnico
  • Vem corrigindo ao longo dos anos o solo, obtendo um melhor equilíbrio nutricional
  • Melhor manejo para o controle de plantas daninhas, pragas e doenças
  • Acesso ao Crédito Rural e ao Seguro agrícola
  • Modernização das máquinas e equipamentos agrícolas
  • Confiança e apoio da Coamo

Ele diz que os técnicos recomendam as melhores práticas e tecnologias como, por exemplo, análise química e física do solo, buscando identificar os possíveis problemas, para poder atuar/recomendar as melhores formas de correção, dentre elas, a calagem e a adubação. "Também fazem a regulagem de máquinas e implementos agrícolas, visando uma melhor eficiência nas operações e performance de trabalho, assim como regulagem e calibragem dos pulverizadores, por meio do Programa TA – Tecnologia de Aplicação, fazendo com que o produto realmente atinja o alvo e evitando o processo de deriva”, afirma.

A Coamo trabalha com as principais empresas do segmento agrícola, trazendo sempre aos cooperados as melhores cultivares e produtos, ou seja, o que existe de mais novo na agricultura, chega ao cooperado. “As cultivares de soja estão cada vez mais adaptadas nas diversas regiões de atuação da cooperativa, o que permite um plantio mais antecipado, com boa interação – época-cultivares e antecipação da semeadura”, salienta Lucas Gouvêa.

Outro ponto fundamental para o engenheiro agrônomo, é a adoção das tecnologias por parte do cooperado, que segue as orientações do departamento Técnico da Coamo. “O associado vem corrigindo o solo ao longo dos anos, obtendo um melhor equilíbrio nutricional, o que favorece o desenvolvimento radicular das plantas que absorvem de forma mais eficiente água e nutrientes.”

Para Gouvêa, a adoção às diversas safras do sistema de plantio direto, são um diferencial nesse trabalho. “Propiciando maior cobertura do solo, ou seja, mais palhada, gerando incremento de matéria orgânica, obtém melhor estrutura química, física e biológica do solo.”

ADOÇÃO DE TECNOLOGIA: MELHOR PRODUÇÃO

De forma geral, os cooperados da Coamo, vem realizando um melhor manejo no que se refere a controle de plantas daninhas, principalmente as de difícil controle, como Buva e Capim Amargoso, e controle de pragas e doenças.

Além de toda parte técnica empregada nas lavouras, os cooperado têm acesso ao crédito rural e ao seguro agrícola, disponibilizado pela cooperativa, dando mais tranquilidade e garantia na condução da lavoura e da rentabilidade. “Eles também vêm se modernizando com máquinas e equipamentos agrícolas, gerando mais resultado operacional, e aproveitando as melhores épocas de plantio com boa capacidade operacional de colheita”, garante Gouvêa.

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