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João Adilson Portugal Júnior: Tecnificados, pecuaristas buscam opções que tornem a atividade mais rentável e, sobretudo, sustentável
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Na pecuária moderna os compostos energéticos formados pelas silagens, se tornaram nos últimos anos importantes ferramentas para o incremento de bons resultados na criação de animais, seja para a produção de leite ou carne. Tecnificados, os pecuaristas cada vez mais buscam opções que tornem a atividade mais rentável e, sobretudo, sustentável.
É o que vem ocorrendo na fazenda Bom Retiro, em Pitanga (Centro do Paraná), de propriedade da família Portugal, que há anos aposta na produção de silagem de milho, garantindo alimentação para o rebanho o ano todo, mas principalmente no inverno, quando a oferta de pastagem é menor. “Optamos por essa alternativa pelo milho ser um produto de alto rendimento que produz muita massa por alqueire e ainda entra no esquema de rotação. Com a adição de silagem na alimentação do rebanho temos comida necessária para o trato dos animais”, destaca João Adilson Portugal Júnior, o mais jovem da família e responsável pela parte de pecuária na fazenda.
Ele sabe que a alimentação é base do sucesso da pecuária e que o criador tem que, necessariamente, se preocupar com fornecimento de forragem que suporte o volume de animais. “A ensilagem é uma tecnologia que desenvolvemos há muito anos, mas há 12 ou 13 anos estamos trabalhando com vaca leiteira, por isso nos tecnificamos ainda mais sabendo da necessidade de ter alimento em abundância e com qualidade”, explica Júnior, que conduz um plantel de aproximadamente 120 cabeças de vacas leiteiras.
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Para uma boa silagem, é preciso fazer todo o processo com atenção e cuidado, desde a colheita do milho, armazenagem até o trato dos animais
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O espaço reservado para o cultivo do milho na fazenda é de 13 alqueires, que produzem por ano uma média de 150 a 170 toneladas de matéria por alqueire, para a transformação em silagem. Um volume de comida suficiente para alimentar o rebanho durante o ano todo. “Fazemos o investimento como se fossemos produzir grãos. Desta forma alcançamos altas produtividades que são convertidas em silagem. Se fossemos entregar essa lavoura para consumo, teríamos aqui uma produção de pelo menos 500 sacas de milho por alqueire”, argumenta o produtor, defendendo o conceito de que o investimento precisa ser bem feito para agregar resultado. “Aqui investimos com força mesmo. Se quiser ter bom resultado não pode ficar poupando com híbridos ruins ou adubação baixa”, afirma.
Contudo, o cooperado observa que o investimento não é tudo, é preciso fazer um bom manejo da cultura até o processo de ensilagem para obter um bom resultado. “O processo começa pelo plantio, passando pelo ponto de corte do milho, até o ensilamento correto compactando bem, fechando e não deixando entrar ar, até na abertura na hora de tirar a comida. Fazendo tudo isso bem feito esse alimento será revertido em leite. Não tem alimento mais barato do que a silagem de milho”, diz.
O armazenamento é a etapa mais importante para garantir a qualidade da silagem. Ele pode ser feito de duas maneiras: em cima do solo coberto, com uma lona ou nas trincheiras, buracos feitos na terra. A silagem é compactada e o milho triturado passa por uma fase de fermentação antes de ser distribuído aos animais.
Para o engenheiro agrônomo Carlos Vinicius Pressinotto, do departamento de Assistência Técnica da Coamo em Pitanga, o planejamento de uma boa silagem começa na aquisição dos insumos. “Ele vai ter uma silagem de boa qualidade e com alta produtividade porque na aquisição dos insumos já pensou em alta tecnologia. A silagem começa na escolha do híbrido e no investimento, adquirindo produtos bons direcionados para silagem. Isso está refletindo num silo cheio e com qualidade porque não adianta nada produzir bem e não fazer o processo de ensilagem corretamente.”
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Cooperado João Adilson Portugal Júnior acompanha colheita do milho com o agrônomo Carlos Vinicius Pressinoto
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