Pioneira no Brasil em ensaios de rotação de culturas, há mais de 30 anos a Coamo pesquisa em sua Fazenda Experimental, com sede em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), os benefícios da tecnologia para o equilíbrio do sistema produtivo e o aumento de produtividade das lavouras. Neste período, constatou-se que além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, a prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo; auxilia no controle de plantas daninhas, doenças e pragas; repõe matéria orgânica e protege o solo da ação dos agentes climáticos, além de ajudar na viabilização do sistema de semeadura direta e dos seus efeitos benéficos sobre a produção agropecuária e sobre o ambiente como um todo.
E são por esses e por outros benefícios que grande parte dos cooperados da Coamo, espalhados por toda área de ação da cooperativa no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, utilizam o sistema e conseguem bons resultados. É o que ocorre com o associado Gibran Thives Araújo, de Candói (Centro-Sul Paranaense). Para ele a rotação é essencial para o equilíbrio do sistema de produção, por uma série de fatores. “Nós adotamos por diversos fatores, dentre eles o econômico, porque acreditamos que com ela [rotação] você tem uma maior rentabilidade. Ganhamos também com a diminuição de agroquímicos, porque ao rotacionar você diminui a incidência de pragas e ervas daninhas e ecologicamente o sistema fica mais equilibrado. E ainda otimizamos o uso de maquinas e de mão de obra durante o ano”, justifica.
Sempre presente no sistema de produção do cooperado, a tecnologia já ocupou 50% da área de cultivo, mas com o tempo o espaço foi ajustado e hoje a rotação representa pelo menos 25% da área todo ano. “Entramos no consenso de que o mais interessante seria ¼ dedicado ao milho e o restante soja, e é o que estamos fazendo hoje”, relata Gibran, revelando que os resultados são bastante visíveis na parte econômica, mas principalmente estrutural no tocando ao ambiente produtivo. “É um sistema que se complementa, com certeza são só benefícios”, comemora.
Para o produtor, que é engenheiro agrônomo por formação, quando o sistema está equilibrado naturalmente ele garante boas produtividades. “Quando tudo está bem manejado há aumento da produtividade. Não é só o milho que produz mais com a rotação e também não é só a soja. Todas as culturas que você coloca e que se encaixa nesse equilíbrio produz um sinergismo para a agregação dos resultados”, garante Araujo, informando que antes, há cerca de 15 anos, a produção de milho não ultrapassava as 360 sacas e a soja 121 por alqueire. “Hoje multiplicamos nossos resultados e temos alcançado produtividades de 485 a 500 sacas de milho e 170 de soja por alqueire”, revela.
Ao optar pela rotação de culturas, especialmente a inclusão do milho e do trigo no sistema, o mercado é o fator que menos deve interferir na decisão, de acordo com cooperado. Ele entende que como não há como influenciar na volatilidade dos preços, cabe ao produtor pensar no sua atividade a longo prazo. “Não sabemos o dia de amanhã então o que nos importa é o equilíbrio com a rotação e culturas. O mercado não pode influenciar nessa tomada de decisão.”
O engenheiro agrônomo Marcelo Johnny Ballão da Silva, do departamento de Assistência Técnica da Coamo em Candói, diz que, na maioria da vezes, os produtores atrelam a opção pelo sistema de produção à situação econômica, e a monocultura ou mesmo o sistema contínuo de sucessão acaba provocando a degradação física, química e biológica do solo e a queda da produtividade das culturas. “A pesquisa mostra os resultados a longo prazo e o imediatismo leva a baixas produtividades. Mas, isso não acontece aqui com o Gibran, que enxerga na frente e consegue resultados produtivos por fazer uma gestão equilibrada e profissional.”
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Gibran Araújo e o agrônomo Marcelo Johnny Ballão da Silva, do Detec da Coamo em Candói analisam lavoura de soja já colhida e com bons números
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