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JOSÉ AROLDO GALLASSINI |
Diretor-presidente da Coamo |
A cultura do trigo, que está em fase de colheita, foi prejudicada mais pela estiagem do que pela geada, ocasionando falta de perfilhamento e redução na produtividade. Nesta safra, a média está entre 70 e 90 sacas por alqueire, e raramente alguém está colhendo acima de 100 sacas. Em anos anteriores, a produção superou as 120 sacas por alqueire e houve também colheitas de 180 a 200 sacas por alqueire.
Em decorrência destes eventos climáticos, a safra de trigo na Coamo deverá ter uma quebra em torno de 30%. Mas, a qualidade do cereal é satisfatória. Mesmo com essa redução, os preços não estão animadores e estamos estudando alternativas para o pagamento do preço mínimo.
Os associados iniciaram o plantio da nova safra 2017/18. As chuvas foram irregulares com variação de uma região para outra, provocando atrasos na semeadura da soja. Tradicionalmente o plantio da safra é no início de setembro com clima regular e chuva na hora certa, o que facilita o desenvolvimento das lavouras.
Como cada associado é diferente, tem aqueles que preferem não perder tempo e plantam no “seco” esperando pela chuva, o que é um grande risco. Tem outros que entendem ser melhor aguardar a chuva para então colocar as máquinas no campo e plantar a nova safra.
Na região Oeste do Paraná, por exemplo, é tradicional os associados plantarem soja no início de setembro, mas neste ano, em função de um período de estiagem que durou cerca de 40 dias, eles lançaram as sementes no solo após o dia 20 de setembro, ou seja, com atraso de 15 a 20 dias em relação à safra passada – em condições normais, até o final de setembro cerca de 80% da soja já teria sido plantada, contra os atuais 30%.
Os associados sabem que precisam implantar as lavouras com tecnologia e qualidade, pois um bom plantio representa mais da metade do sucesso do empreendimento na propriedade.
Em relação as commodities agrícolas, o cenário deste ano vem apresentando baixos volumes de comercialização por parte dos produtores brasileiros em comparação com o mesmo período de anos anteriores, o que resulta em quantidade expressiva a ser comercializada nos mercados interno e externo. No caso da Coamo, esse estoque a ser negociado está nos armazéns próprios da cooperativa e, também, nos diversos alugados localizados em vários municípios do Paraná, de Maringá à Paranaguá, além da produção estocada em céu aberto em silos bag´s e infláveis, o que implicará na falta de espaço para o recebimento da safra de verão que está sendo plantada.
Temos informado e orientado os associados, seja pessoalmente, pelo programa de rádio Informativo Coamo e Revista Coamo, desta situação, e sempre alertando para que realizem sua comercialização de forma escalonada e aproveitem todas as oportunidades de aumento de preço e tenham uma boa média na comercialização em relação aos custos e um resultado satisfatório.
Os anos anteriores têm mostrado que esta sistemática de fixação parcelada da produção tem registrado uma posição de segurança e estabilidade nas atividades dos associados propiciado condições mais favoráveis à Coamo para realizar uma logística com custo menor em função da regularidade da venda da produção. A venda concentrada sempre pressiona os preços e os custos dos fretes aumentam pela necessidade de caminhões para movimentar a safra. Esse custo sempre acaba indo para o cooperado, por isso é que temos que evitar.
Sempre temos que ter em mente que precisamos vender uma safra para abrir espaço para receber uma outra, já que não é viável construir mais armazéns para estocar safras em função do alto custo e da grande disponibilidade de produtos no mundo.
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