Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 473 | Setembro de 2017 | Campo Mourão - Paraná

AGRICULTURA

CAFÉ NO TERREIRO E LUCRO NO BOLSO

De fala mansa, como todo bom mineiro, mas de olhos e ouvidos atentos, Toninho Cravo se orgulha do que faz e celebra os resultados alcançados com a cultura

O cultivo de café é mais que uma simples atividade na vida do cooperado Antonio Pereira de Castro, popularmente conhecido como ‘Toninho Cravo’, de Corumbataí do Sul (Centro-Oeste do Paraná), onde o trabalho de produzir o grão ainda resiste ao tempo e concentra a maior parte das áreas da lavoura do grão na região da Coamo. 

Tempo, aliás, é uma palavra que nasceu com o cooperado, natural da cidade de Passa Tempo, no interior de Minas Gerais, de onde no final da década de 50 migrou-se junto com o pai, ainda menino, para o Paraná. Mas, foi em 1963 que o ‘seo’ Toninho Cravo desembarcou em Corumbataí  do Sul com a família, onde adquiriram o primeiro pedaço de terra e iniciaram o cultivo de café no sítio São José, que fica num bonito vale da comunidade Água do Meio, bem na beira da rodovia. Ali, ele construiu sua história produzindo o saboroso café do dia a dia dos brasileiros.

De fala mansa, como todo bom mineiro, mas de olhos e ouvidos atentos, Toninho Cravo se orgulha do que faz e celebra os resultados alcançados com a cultura, bastante exigente em manejo e investimento. “Café não pode ter dó de adubar. Se não fizer boa adubação e manejar de forma correta, não responde. Neste ano o primeiro café colhido, mesmo com o excesso de chuva, já deu bebida dura”, comemora o produtor com a experiência de quem já viveu o bastante para conhecer os segredos do cultivo.

No alto dos seus 66 anos de idade, ele sabe que investir para produzir mais é sempre o melhor caminho. Tanto que nos últimos anos construiu na propriedade terreirões suspensos, com a proposta de melhorar a secagem e a qualidade do grão. “Com essa tecnologia o café seca bem mais rápido e não perde qualidade da bebida. Bem coberto pode chover dois, três dias seguidos que se for bem armazenado não há problema algum. Eu gosto de caprichar para agregar valor e os terreirões ajudam bastante nesse trabalho”, argumenta.

Rodolfo Moreno Tedardi, agrônomo da Coamo, diz que café está com bom desempenho em Corumbataí do Sul

Com a simplicidade de quem é do campo e apego pelo que faz, o cooperado Antonio Pereira de Castro inspira os que o acompanham e conhecem mesmo que pouco, o trabalho desenvolvido na propriedade

Na pequena área de apenas quatro alqueires, onde estão plantados cerca de 25,5 mil pés de café, o resultado já fechado desta safra é de causar inveja nos vizinhos.  A média final foi de 93 sacas por alqueire, enquanto no Estado o número ficou abaixo das 65 sacas. “Cuidado para alcançar esse resultado não faltou”, reforça o cafeicultor que produz no sistema adensado e realiza podas anuais logo após a colheita, o que aumenta a aeração nas ruas de café, modifica a arquitetura da planta e permite maior entrada de luz, melhorando a produção de grãos.

A adubação defendida e realizada pelo produtor acontece de forma individual, onde cada planta recebe o formulado três vezes ao ano. Os cuidados são tantos que planta daninha e doenças na lavoura do ‘seo’ Toninho são utopia. O controle é feito com bomba costal, bem ao modo tradicional, o que proporciona mais uniformidade do trato cultural.

Com a simplicidade de quem é do campo e apego pelo que faz, o cooperado inspira os que o acompanham e conhecem mesmo que pouco, o trabalho desenvolvido no sítio. “Ele investe e consegue fazer muito com pouca coisa. É uma pessoa bem simples, mas que busca sempre o melhor para aumentar sua produção com qualidade”, elogia o engenheiro agrônomo Rodolfo Moreno Tedardi, do departamento de assistência técnica da Coamo. Conforme ele, assim como vai ocorrer na propriedade de Toninho Cravo, a cultura do café terá um bom desempenho nesta safra na região de Corumbataí. “Este ano esperamos uma ótima produtividade porque choveu bem na floração e enchimento de grão. A temperatura também aqui varia na média de 25 ºC o que é o ideal para a cultura”, conclui.

Antonio Pereira de Castro sabe que investir é sempre o melhor caminho. Tanto que nos últimos anos construiu na propriedade terreirões suspensos, com a proposta de melhorar a secagem e a qualidade do grão

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