Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 473 | Setembro de 2017 | Campo Mourão - Paraná

DIVERSIFICAÇÃO

MANTENDO A TRADIÇÃO

Amarildo e "seo" Sebastião: pai e filho mantém a tradição da família Carli, de Mangueirinha (PR), em produzir vinho

Produzir o próprio vinho é uma prática comum para a família Carli, de Mangueirinha (Sudoeste do Paraná). Uma tradição passada de pai para filho e que vem sendo mantida pelos cooperados Sebastião e Amarildo. Pai e filho residem na comunidade Santo Antonio, onde trabalham com a lavoura e pecuária. A produção do vinho, além de ser uma prática para manter o costume familiar, se tornou uma opção de diversificação e geração de renda.

Enquanto estão na entressafra, o dinheiro com a venda da bebida ajuda nas despesas da casa e a manter as duas famílias – do pai e do filho –, na propriedade de 24 alqueires. Todo processo de fabricação do vinho é realizado pelos cooperados e começa com a produção da uva. O trabalho é todo artesanal e a produção de vinho colonial, o que garante uma bebida sem conservantes, mantendo a tradição familiar. “Meu pai foi o pioneiro na produção de vinho aqui na região. Isso há mais de 80 anos. Comecei com ele e hoje o trabalho é com o meu filho”, comenta ‘seo’ Sebastião sentando em um banquinho próximo aos tonéis usados para o armazenamento do vinho.

De acordo com ‘seo’ Sebastião, são produzidos sete mil litros de vinho por ano e a comercialização é realizada na propriedade mesmo, por consumidores fiéis

Um bom vinho, segundo o cooperado, começa com uma boa produção de uvas. Ele destaca que os cuidados com os parreirais da fruta rendem um produto com mais qualidade. “A escolha da uva é o começo de tudo. Também cuidamos para que todo o processo de transformação da uva em vinho seja bem feito. Outro ponto é a armazenagem da bebida já que é natural, sem conservantes. As garrafas devem ser mantidas deitadas para um melhor aproveitamento da bebida.”

De acordo com ‘seo’ Sebastião, são produzidos sete mil litros de vinho por ano e a comercialização é realizada na propriedade mesmo, por consumidores fiéis. “São pessoas que gostam de um bom vinho, de um produto colonial. Temos vários clientes que já fazem a sua reserva para o ano todo”, garante o cooperado.

Enquanto ‘seo’ Sebastião cuida da produção do vinho, o filho Amarildo é quem está à frente da parte agrícola. A atividade com mais tecnologia, com maquinários e sistemas mais produtivos, é uma prática relativamente nova para a família. Amarildo lembra que a melhoria ocorreu logo após a sua volta para a propriedade, há cerca de 15 anos.  “Até então era mais gado e um pouco de lavoura, mas sem tecnologia. A Coamo ajudou para que melhorássemos todo o processo de produção agrícola e, hoje, vivemos uma outra realidade”, assinala Amarildo. Na área de plantio de 24 alqueires é produzido soja no verão e aveia/azevém no inverno, que serve para pastagem do gado de corte.

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