Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 473 | Setembro de 2017 | Campo Mourão - Paraná

SISTEMA PRODUTIVO

CHAVE PARA SUSTENTABILIDADE

Em Amambai (MS), o cooperado Adilton Berno não pensa duas vezes quando assunto é investir para alcançar a meta estipulada por ele em produtividade de soja

Setembro é um mês importante para o sistema produtivo. É quando se inicia o plantio da safra de verão, principal atividade na geração de renda para a propriedade rural. A semeadura se estende até meados de dezembro, dependendo da região e zoneamento agrícola, mas o que não muda é a preparação para este momento. Para muitos cooperados, o trabalho inicia meses antes, quando aproveitam as lavouras de inverno para investir em correção e fertilidade do solo.

Em Amambai (Sudoeste do Mato Grosso do Sul), o cooperado Adilton Berno não pensa duas vezes quando o assunto é investir para alcançar a meta estipulada por ele em produtividade de soja, que é de 170 sacas de média em uma área de 595 alqueires. Para que isso aconteça, o cooperado vem seguindo um planejamento elaborado em parceria com o departamento Técnico da Coamo.

O cooperado utilizou o período de segunda safra para fazer o manejo e correção do solo. Ele conta que parte da área necessitava de um bom investimento, já que o excesso de chuva ocorrido entre o final de 2015 e início de 2016 havia danificado o solo. A área foi subsolada e recebeu calcário, supersimples e fosfato a lanço. “Na área que mais sofreu com o excesso de água, houve uma pequena queda em produtividade. Uma análise do solo mostrou o que faltava e estamos corrigindo”, assinala.

Berno comenta que o objetivo é alcançar todo potencial produtivo que as novas tecnologias oferecem. “Espero que haja mais rendimento. Se o solo não estiver corrigido, as novas tecnologias não responderão com todo potencial produtivo”, frisa. O cooperado ressalta que as boas práticas e os investimentos realizados na propriedade já deram bons resultados, com melhoria na produtividade. “Nossa média girava em torno de 133 sacas por alqueire e neste ano colhemos 157. Já houve uma evolução. É uma boa média para o tamanho da área [595 alqueires]”.

Agrônomo Dalton Yone Bonacio, explica que a principal dificuldade na região é manter a fertilidade do solo

Entre as práticas adotadas pelo cooperado está a utilização de outras culturas no inverno como, por exemplo, a aveia e a brachiária em rotação e consórcio com o milho segunda safra. “No verão, ocupamos toda a área com soja. Mas, durante a segunda safra utilizamos outras opções para cobertura e recomposição do solo. É um investimento realizado em parceria com o Detec da Coamo já há 14 anos e temos a preocupação de que pelos menos 30% do lucro deve voltar em investimento para o sistema produtivo para que possamos continuar com boas médias”, assinala.

O engenheiro agrônomo Dalton Yone Bonacio, do departamento Técnico da Coamo em Amambai, explica que a principal dificuldade na região é manter a fertilidade do solo. “Por isso, é bom ter essa consciência: de que precisa investir em adubação e desenvolver práticas que possam deixar o solo equilibrado. No caso do cooperado Adilton Berno foi investido em calagem e aplicação de fósforo e potássio. Também há uma preocupação de cultivar plantas para adubação verde. São práticas que melhoram a fertilidade do solo e ajudam a manter e aumentar a produtividade.”

"VERÃO COMEÇA NO INVERNO"

Conforme o engenheiro agrônomo Bruno Henrique Alves Garcia, do departamento Técnico da Coamo em Ipuaçu, todo o manejo realizado na propriedade do cooperado Valdir De Carli é pensando na safra de verão

A região é outra, a cultura é diferente, o clima é bem mais frio, mas o objetivo é o mesmo. Estamos falando do cooperado Valdir De Carli, de Ipuaçu (Oeste de Santa Catarina), que assim como o cooperado de Amambai (Sudoeste do Mato Grosso do Sul), investe e utiliza práticas e tecnologias para melhorar a produção. Agricultor tradicional na região e associado à cooperativa desde 1984, ele tem sempre acompanhado as inovações e uma das preocupações é em plantar lavouras de inverno que possam beneficiar a safra de verão. “O verão começa no inverno. É neste momento que fazemos boa parte dos investimentos”, diz se referindo ao período em que a aveia semeada para cobertura do solo ainda estava em pleno desenvolvimento e o milho safrinha chegando no ponto da colheita para depois, na área de milho, também, ser semeada aveia.

O cooperado destaca que escolher a variedade adaptada para a região tem sido fundamental para o bom desenvolvimento das lavouras. Prova dissosão as produtividades alcançadas para a soja 170 a 180 sacas por alqueire e para o milho segunda safra 290 a 315 sacas por alqueire. “Fazemos um trabalho em parceria com a Coamo. Participar de eventos técnicos, dias de campo fazem com que acompanhemos as novidades e, assim, não ficamos para trás. Temos que cuidar e continuar investindo, pois os frutos que colhemos hoje é resultado do bom manejo realizado durante o ciclo da cultura”, comenta o cooperado que cultiva um total de 190 alqueires.

Conforme o engenheiro agrônomo Bruno Henrique Alves Garcia, do departamento Técnico da Coamo em Ipuaçu, todo o manejo realizado na propriedade do cooperado Valdir De Carli é pensando na safra de verão. “Ele faz rotação de culturas, pensa no sistema como um todo. Utiliza boas práticas e investe em novas tecnologias para melhorar a produção.”

O agrônomo salienta que o cooperado está sempre aberto a novas tecnologias e tem se surpreendido com o avanço no melhoramento genético das sementes. “Ele conseguiu fazer três safras em sua área, sendo a primeira com soja, segunda com milho a terceira com aveia para a cobertura do solo. O investimento em adubação e os tratos culturais, também, têm influenciado para os bons rendimentos.”

Valdir De Carli, de Ipuaçu (SC) investe e utiliza práticas e tecnologias para melhorar a produção
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