Juventil Brignoni, agrônomo Alfredo Lucas Becher Ribas e Rogério Brignoni, um dos filhos do ‘seo’ Juventil
Quando o agricultor Juventil Brignoni trocou as terras paranaenses pelas do Mato Grosso do Sul não imaginava que um dia pudesse reencontrar a cooperativa que viu nascer. Ele participou dos primeiros anos da Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná) e, 36 anos depois, voltou a revê-la, em Dourados (Sudoeste do MS).
Presente há dez anos no MS, a Coamo se instalou em Dourados no ano passado e logo que chegou já foi procurada pelo ‘seo’ Juventil, que voltou a fazer parte do quadro social da cooperativa. Um outro fato foi que ele reativou a mesma matrícula de quando movimentava em Campo Mourão.
Atualmente ele cultiva, em parceria com quatro filhos, um total de 744 alqueires (1,8 mil hectares), sendo 500 próprios e o restante arrendado. “No início ficamos até surpresos em ter a Coamo por perto. Sabíamos que ela estava em outros municípios da região, mas ficava inviável a movimentação. Já em Dourados, fica bem mais fácil”, comenta o cooperado.
De acordo com ele, a vantagem de se trabalhar com a Coamo é a disponibilidade de todos os insumos, maquinários e peças que os agricultores precisam para trabalhar. “Sem falar da assistência que recebemos, seja técnica ou administrativa. Quem acredita na Coamo, e eu acredito, sabe dos benefícios que é ser cooperado”, comenta.
A mudança do Paraná pelo Mato Grosso do Sul, segundo o cooperado, foi por acreditar que teria mais chance de progredir, e foi o que aconteceu. Ele lembra que naquela época os desafios eram grandes, pois a região do MS estava começando um novo ciclo de desenvolvimento da agricultura. “A oportunidade que tínhamos de ampliar a área era mudar do Paraná. Aos poucos os desafios foram sendo superados e hoje estamos bem. Valeu a pena ter acreditado no Mato Grosso do Sul. Foi uma aposta que deu certo.”
O cooperado diz ainda que o cenário atual é bem diferente do início. “Quando chegamos do Paraná plantávamos uma área pequena, com maquinários limitados e produção baixa. Com muito trabalho e união de toda a família fomos evoluindo e hoje temos toda a estrutura necessária para trabalhar e com produções dentro do que se colhe no Mato Grosso do Sul.”
MILHO SAFRINHA – A colheita do milho safrinha já está finalizada e o cooperado fechou com uma média de 206 sacas por alqueire (85 por hectare) o que, segundo ele, é uma boa produtividade. “O preço é que poderia estar melhor, mas como a média está sendo boa acaba compensando”, diz ‘seo’ Juventil. A partir de agora, o trabalho será em plantar a soja e torcer para que o cenário seja diferente da safra passada. “Tivemos problemas com falta de chuva. Dava até desespero o quanto esperávamos pela chuva que não veio. Fechamos uma média de 20 sacas por hectare (49 po alqueire) e esperamos que isso não ocorra nunca mais”, observa o cooperado.
O engenheiro agrônomo, Alfredo Lucas Becher Ribas, do Departamento Técnico da Coamo em Dourados, comenta que são vários os casos como o do ‘seo’ Juventil, de cooperados que movimentavam com a cooperativa no Paraná e que a reencontraram no Mato Grosso do Sul. “São agricultores que conhecem a filosofia do cooperativismo e os benefícios proporcionados pela Coamo. Esse trabalho de parceria e confiança tem ajudado a difundir a Coamo no Mato Grosso do Sul”, salienta.
Dorneli José Miotto com o agrônomo Marcus Henrique Alberto
Com o trigo em pleno desenvolvido e previsões de clima a favor, a expectativa de boas produtividades tem animado os cooperados na região de Coronel Vivida (Sudoeste do Paraná). É o caso do cooperado Dorneli José Miotto, que espera superar a média do ano passado, quando colheu 165 sacas de trigo por alqueire. “Se tudo correr bem vamos colher vamos ultrapassar as 166 sacas. Isso é importante para que possamos compensar os investimentos em função do preço baixo do trigo”, comenta.
Diferente de anos anteriores, o cooperado plantou os 76 alqueires de cultivo com trigo. Ele conta que a opção foi em função de um mercado que se mostrava aquecido no início da safra e também pensando no sistema produtivo, já que o trigo se encaixa perfeitamente na rotação de culturas proporcionando benefícios para a cultura posterior, no caso do cooperado a soja. “É um sistema que traz benefícios como, por exemplo, um solo mais corrigido. Outro ponto importante é que há uma incidência menor de buva o que diminuiu os custos de preparo para o plantio”, analisa.
A colheita do trigo deverá iniciar no começo de outubro. Até lá, o cooperado torce para que o clima continue contribuindo. “A nossa parte nós sempre fazemos. Já em relação ao clima só nos resta torcer para que seja bom. Se colhermos bem ainda teremos lucro com o trigo, mesmo com os preços baixo”, comenta Miotto.
TECNOLOGIA – O agrônomo, Marcus Henrique Alberto, encarregado do Detec da Coamo em Coronel Vivida, comenta que o trigo tem sido uma boa opção de inverno, tanto para incremento de renda quanto para os benefícios proporcionados para o sistema de produção. “É um aliado do cooperado no controle de ervas daninhas e isso é levado em conta na hora de se plantar trigo. Outro ponto importante que geralmente rende uma receita a mais para os cooperados”, salienta.
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