A brachiária se tornou uma grande aliada dos produtores sul-matogrossenses. Cultivada solteira ou consorciada com o milho, é hoje uma das principais opções para a formação de palha ao sistema de plantio direto. Há quem a utiliza também para alimentações do gado, integrando assim a lavoura com a pecuária. É o caso do cooperado Germano Gallert, em Amambai (Sudoeste do MS).
O sistema foi implementado na propriedade há três anos e se tornou viável graças ao empenho e dedicação que as atividades recebem. Pecuarista por tradição, o gaúcho de Santo Ângelo conta que a opção em colocar animais na área de brachiaria foi pensando em uma renda a mais durante o ano e também para manter o costume da família de criar gado. “Aproveitamos a entressafra para ter uma fonte a mais de renda”, frisa.
A cultura principal na lavoura é a soja, cultivada em 90 alqueires (220 hectares). Logo após a colheita da safra de verão, 42 alqueires (100 hectares) são destinados para o milho safrinha e no restante da área realizada a integração lavoura pecuária. Ele conta ainda com outros 20 alqueires (50 hectares) de pasto perene.
A cultura principal na lavoura é a soja, cultivada em 220 hectares. Logo após a colheita da safra de verão, 100 hectares são destinados para o milho safrinha e no restante da área realizada a integração lavoura-pecuária. Os resultados têm sido bons, como garantem o cooperado Germano Gallert e o agrônomo Thomas Pereira Gomes
“Geralmente, a brachiaria é plantada em áreas de solo mais fraca e de maior risco para o milho safrinha. É justamente nessas áreas em que a soja tem o melhor desempenho”, compara o cooperado justificando os benefícios da integração para a lavoura de verão. Na safra passada, segundo o cooperado, foram colhidas uma média de 140 sacas por alqueire de soja.
A área recebe entre 130 e 140 bois. Eles ficam no local por cerca de três meses e depois são comercializados. “Compramos animais com 400 quilos e três meses depois estão com 550 quilos. É uma atividade que tem dado certo e um bom resultado para nós”, salienta Gallert.
O engenheiro agrônomo Thomas Pereira Gomes, do Detec da Coamo em Amambai, explica que a região é de transição de solo e clima, aumentando o risco de se plantar milho segunda safra. “Pensando nisso, a Coamo desde sua implantação em Amambai busca alternativas para diminuir os riscos que os cooperados correm no inverno”, destaca.
Ele conta que a integração lavoura-pecuária se encaixa bem, pois a maioria dos cooperados da região tem tradição em criar gado. “Assim, a integração de soja no verão, como principal renda, e brachiaria no inverno para alimentar o gado de corte, que geralmente nesta época tem baixa oferta de alimento, deu muito certo”, complementa Gomes.
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