Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 462 | Setembro de 2016 | Campo Mourão - Paraná

AGRICULTURA DE PRECISÃO

AUTOMAÇÃO NO CAMPO

Cooperado Pedro Kovalek, de Roncador, com o agrônomo Guilherme Montenegro Savio, supervisor da Gerência de Assistência Técnica da Coamo

A agricultura sofreu grandes e rápidas transformações nas últimas décadas. Mais competitiva, tem exigido dos agricultores investimentos e adoção de novas tecnologias. A Coamo, por meio da Assistência Técnica, tem desenvolvido importante papel na difusão de novas técnicas que melhoraram o sistema produtivo e uma das ferramentas disponibilizadas aos cooperados é a Agricultura de Precisão. O projeto da Coamo está estruturado para oferecer um serviço de qualidade, aliando-se a outras ferramentas e práticas já adotadas no campo e que visam ajustar a atividade, buscando aumentar a rentabilidade do cooperado.

A Agricultura de Precisão já beneficiou milhares de cooperados em toda a área de ação da cooperativa no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, desde 2012. Prova disso, é que houve um aumento de cinco vezes na área amostrada durante este tempo. De acordo com o engenheiro agrônomo Guilherme Montenegro Savio, supervisor da Gerência de Assistência Técnica da Coamo, o programa é respaldado pela pesquisa e conta com tecnologia de ponta para o trabalho que vai desde a retirada do solo para análise até a aplicação dos corretivos em taxa variável.

Ele conta que o primeiro passo é investigar e analisar as variáveis do solo, fazendo um “Raio X” por meio de análises georreferenciadas originando mapas de fertilidade. “Depois entra a parte de correção, utilizando aplicações com taxa variável, para conseguirmos aplicar a dose certa no local certo”, destaca Sávio. A Agricultura de Precisão é uma tecnologia que veio para ficar, mas algumas considerações devem ser observadas. Segundo o agrônomo, fazer a Agricultura de Precisão não significa que, de uma hora para outra, a produtividade aumentará. “Essa é uma situação que pode acontecer, se o principal fator de interferência for a fertilidade do solo”, frisa.

Qualidade em todo processo faz do Programa de Agricultura de Precisão da Coamo um dos melhores do mercado

Savio explica que existem outros fatores importantes para se atentar na correção de solo. “Alguns fatores não relacionados a química do solo são importantes para a tomada de decisão da correção como, por exemplo, conhecer o teor de argila da propriedade, esta informação é imprescindível, pois cada corretivo  pode ter variação de eficiência conforme o teor de argila do solo”.

Ainda segundo o agrônomo, a Agricultura de Precisão é fundamental para o uso racional de corretivos. “O cooperado precisa, cada vez mais, conhecer a sua área e a Agricultura de Precisão é uma ferramenta que possibilita isso”, destaca Savio.

Segundo ele, a qualidade em todas as partes do processo faz do Programa de Agricultura de Precisão da Coamo um dos melhores do mercado. “Estamos preocupados com todas as partes do processo, desde a amostragem de solo até o momento da aplicação, isso traz segurança ao nosso cooperado, garantindo assim que o investimento possa refletir numa lavoura mais uniforme e com chance de colher mais", analisa.

O agrônomo lembra ainda que a Agricultura de Precisão deve ser aliada a outras práticas e sistemas a serem adotados pelos cooperados como, por exemplo, a rotação de culturas. "A monocultura ou mesmo o sistema contínuo de sucessão tende a provocar a degradação física, química e biológica do solo e a queda da produtividade das culturas. Também proporciona condições mais favoráveis para o desenvolvimento de doenças, pragas e plantas daninhas. Nesse sentido, é importante aliar as tecnologias e sistemas para melhorar o sistema produtivo como um todo", conclui.

Primeiro passo é investigar e analisar as variáveis do solo, fazendo um “Raio X” por meio de análises georreferenciadas originando mapas de fertilidade

POR UM SOLO MAIS UNIFORME

Cooperado Abel Vicente Dias, de Juranda (Centro-Oeste do Paraná), analisa mapas da área com o engenheiro agrônomo Sérgio Dziubate

A Agricultura de Precisão tem sido uma importante aliada na propriedade dos irmãos Dias, em Juranda (Centro-Oeste do Paraná). “É uma ferramenta que nos possibilita conhecermos a terra que temos e corrigir as deficiências existentes”, comenta Abel Vicente Dias. De acordo com ele, 90% da área já recebeu o serviço da Coamo, sendo possível melhorar o solo e, consequentemente, aumentar a produtividade. “Notamos um incremento de pelo menos dez sacas de soja por alqueire. Isso ocorre porque as lavouras ficam mais uniformes com a recuperação do solo”, assinala.

O cooperado comenta que a área tinha bastante deficiência de nutrientes e que fazendo a correção sem saber do que realmente o solo precisava não estava adiantando muito. “Com a Agricultura de Precisão é visível a melhora. Conseguimos perceber que as lavouras apresentavam algumas manchas e igualou quase que totalmente. Compensa fazer [Agricultura de Precisão]. É um investimento para quem quer produzir mais”, comenta Dias.

Na avaliação do engenheiro agrônomo Sérgio Dziubate, do Departamento Técnico da Coamo em Juranda, a Agricultura de Precisão é uma grande aliada no processo produtivo. “Fazer um bom manejo, escolher os melhores insumos, a semente com melhor genética, os cooperados, de maneira geral, já estão acostumados. Um outro ponto é sempre pensar na fertilidade do solo. Uma área bem corrigida traz resultados satisfatórios no final de uma safra”, analisa.

Um ponto destacado pelo agrônomo é a eficiência na correção do solo, já que a área receberá os nutrientes que realmente precisa, e isso implica também em redução de custo no serviço. “A partir do momento que o cooperado tem o levantamento da área, ele já sabe que vai gastar e será realmente com o que a terra mais precisa. Isso faz com que as lavouras fiquem mais homogêneas e melhorem a produtividade.”

MAIS INVESTIMENTO, MENOS CUSTO

Irmãos Kovalek, de Roncador (Centro-Oeste do Paraná), observam que um benefício direto é a redução de custo na correção do solo, já que na hora da aplicação é utilizada a quantidade exata de produto e no local que realmente necessita

Os irmãos Kovalek, de Roncador (Centro-Oeste do Paraná), plantam 47 alqueires na comunidade Barro Preto e já foi feita Agricultura de Precisão em toda área. No verão, são produzidos soja e milho e no inverno trigo. O objetivo deles com o serviço também é melhorar a produtividade. “Plantamos pouco e precisamos investir em tecnologia para produzir mais e com qualidade. Utilizamos outras práticas como a rotação de culturas, por exemplo. São ações que visam melhorar o sistema produtivo”, assinala Pedro Kovalek.

O cooperado ressalta que a média de produtividade de soja tem sido de 140 sacas por alqueires, chegando a 200 sacas em alguns talhões. Já o milho alcançou até 500 sacas em algumas áreas. “A intenção é implantar tecnologias para que possamos alcançar a maior produtividade em toda área, e a Agricultura de Precisão é uma ferramenta importante para que isso aconteça. As lavouras estão mais uniformes. Isso é visível”, assinala.

Kovalek observa que um benefício direto é a redução de custo na correção do solo, já que na hora da aplicação é utilizado a quantidade exata de produto e no local que realmente necessita. “O trabalho da Coamo foi muito bom e estamos tendo um resultado dentro do esperado. Agora, vamos continuar com a manutenção da fertilidade do solo”, comenta.

De acordo com o agrônomo Renato Balena, do Detec da Coamo em Roncador, com a Agricultura de Precisão é possível melhorar a produtividade e ainda diminuir o custo com melhor eficiência na correção. “Após a Agricultura de Precisão, é possível perceber melhoria na pro dutividade em determinadas áreas e minimizar o uso de produtos na correção do solo que está em deficiência de algum nutriente, seja calcário, gesso ou qualquer outro. Isso implica em um custo menor e, consequentemente, agrega mais renda ao cooperado”, conclui.

DIFERENCIAIS DO PROGRAMA AGRICULTURA DE PRECISÃO COAMO
  • Todo o programa é respaldado pela pesquisa
  • Agricultura de Precisão Coamo leva em consideração o teor de argila
  • Correções por teores de argila para P, K, calcário e gesso
  • Eficiência da fonte de fósforo em função do teor de argila
  • Classificação dos nutrientes em função da argila do solo
  • Saturação de base variável em relação a argila do solo
  • Análise granulométricas em 33% das análises
  • Correções em fórmulas contínuas e não tabelas
  • Densidade amostral de 1 ou 2 hectares
  • Geração de 59 mapas de análises e recomendações (grande número de informações geradas)
  • Rastreabilidade de todo o processo
  • Utilização de fontes fosfatadas solúveis – visão agronômica
  • Aplicações em doses verificando custo x benefício
  • Análise de subsuperfície do solo para correção com gesso
  • Entrega técnica do book (quadro técnico capacitado para interpretar e recomendar a melhor correção para determinada área)
  • Utilização de aparelho GPS específico para Agricultura de Precisão (alta precisão e baixa oscilação de sinal)
  • Veículo Amostrador (quadriciclo) feito especificamente para a Coamo (alta tecnologia e automação)
  • Caminhões de aplicação em taxa variável regulados periodicamente
  • Parceria com laboratório de análise de solos certificado e adaptado para o programa
  • A Coamo conta com cinco Técnicos Agrícolas na amostragem de solo
  • São nove caminhões espalhados por todas as regiões de atuação da cooperativa
  • Profissionais capacitados em todas as partes do processo

O ANTES E O DEPOIS

Dois anos após a correção de solo ter sido realizada na propriedade da família Kovalek, foi realizada a reamostragem da área para averiguar as condições do solo. “Nesta reamostragem, conforme notamos nos mapas, podemos conferir que houve uma uniformização do pH e da Saturação de Bases, possibilitando às plantas extraírem, com mais eficiência alguns nutrientes, principalmente o Fósforo, conferindo ao produtor mais uniformidade da lavoura” ressalta o engenheiro agrônomo Guilherme Montenegro Savio, supervisor da Gerência de Assistência Técnica da Coamo.

Ele salienta ainda que o ideal é realizar a reamostragem de três a quatro anos após a correção, para que assim dê tempo para que ocorra no solo todas as reações desejadas.

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