O 30º Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas (CBCPD) foi realizado de 22 a 26 de agosto, em Curitiba. O evento é promovido a cada dois anos pela Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas com o objetivo de debater os principais desafios para a ciência das plantas daninhas e analisar as perspectivas para o setor. A edição do evento foi especial porque em 2016 comemora-se dez anos da tecnologia Roundup Ready (RR) no Brasil e 20 anos no mundo.
A Coamo foi representada pelo engenheiro agrônomo Lucas Simas de Oliveira Moreira, chefe da Fazenda Experimental. Ele palestrou no evento com título: “Manejo de Plantas Daninhas no Cenário de Novos Traits”, abordando sobre os benefícios, dificuldades e cuidados que as novas tecnologias e traits relacionados a tolerância à herbicidas irão exigir do produtor e da assistência técnica, na visão da Coamo.
Moreira lembra que antes da tecnologia RR, o conhecimento em plantas daninhas e herbicidas era apontado como uma das principais dificuldades, inclusive, sendo uma exigência de conhecimento para uma boa recomendação agronômica. “Mas, com o advento da tecnologia RR, o conhecimento de plantas daninhas passou por um período de “apagão” tanto da assistência técnica quanto da indústria de defensivos, pois a tecnologia controlava de forma eficiente as invasoras mais comuns em lavouras de soja, não sendo necessário um grande conhecimento de herbicidas”, comenta.
Porém, segundo o agrônomo, com o uso sucessivo de um único mecanismo de ação, alguns problemas do passado voltaram, como, por exemplo, quando o Leiteiro (Amendoim-bravo) se tornou resistente no Sul e o picão-preto resistente no Cerrado. "Além disso, mudamos o nosso sistema de produção, pois de forma bem sucinta, hoje plantamos variedades de soja cada vez mais precoces, com semeadura antecipada e menor IAF (índice de área foliar). Isto é, sendo apontados por alguns pesquisadores como menor capacidade de competição com as plantas daninhas. Temos 41 casos de resistência à herbicidas no Brasil e 30 destes, relacionados as grandes culturas (soja, milho, algodão e trigo). Além disso, já temos oito plantas daninhas resistentes ao glifosato no Brasil e o problema vem se agravando ano após ano. Outro ponto que chama atenção, é que no passado tínhamos mais dificuldades com plantas daninhas de folhas largas e atualmente temos basicamente o mesmo número de plantas resistentes de folhas largas e estreitas”, aponta moreira.
Também participou do evento o engenheiro agrônomo e cooperado da Coamo João Luiz Ferri, que fez uma palestra com o tema: “O que Mudou para o Agricultor Após a Soja RR”. Ferri comentou sobre os pontos fortes da tecnologia e os cuidados que se fazem necessários para que os agricultores possam utilizá-las pelo máximo tempo possível. Fez uma retrospectiva de como era o manejo de plantas daninhas na propriedade antes da tecnologia RR e como está sendo realizado hoje.
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Coamo foi representada pelo agrônomo Lucas Simas de Oliveira Moreira, chefe da Fazenda Experimental. Ele palestrou sobre “Manejo de Plantas Daninhas no Cenário de Novos Traits” |
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