Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 462 | Setembro de 2016 | Campo Mourão - Paraná

ATUALIZAÇÃO

EVENTO TRAÇA NOVOS RUMOS PARA O TRATAMENTO DAS PLANTAS DANINHAS

O 30º Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas (CBCPD) foi realizado de 22 a 26 de agosto, em Curitiba. O evento é promovido a cada dois anos pela Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas com o objetivo de debater os principais desafios para a ciência das plantas daninhas e analisar as perspectivas para o setor. A edição do evento foi especial porque em 2016 comemora-se dez anos da tecnologia Roundup Ready (RR) no Brasil e 20 anos no mundo.

A Coamo foi representada pelo engenheiro agrônomo Lucas Simas de Oliveira Moreira, chefe da Fazenda Experimental. Ele palestrou no evento com título: “Manejo de Plantas Daninhas no Cenário de Novos Traits”, abordando sobre os benefícios, dificuldades e cuidados que as novas tecnologias e traits relacionados a tolerância à herbicidas irão exigir do produtor e da assistência técnica, na visão da Coamo.

Moreira lembra que antes da tecnologia RR, o conhecimento em plantas daninhas e herbicidas era apontado como uma das principais dificuldades, inclusive, sendo uma exigência de conhecimento para uma boa recomendação agronômica. “Mas, com o advento da tecnologia RR, o conhecimento de plantas daninhas passou por um período de “apagão” tanto da assistência técnica quanto da indústria de defensivos, pois a tecnologia controlava de forma eficiente as invasoras mais comuns em lavouras de soja, não sendo necessário um grande conhecimento de herbicidas”, comenta.

Porém, segundo o agrônomo, com o uso sucessivo de um único mecanismo de ação, alguns problemas do passado voltaram, como, por exemplo, quando o Leiteiro (Amendoim-bravo) se tornou resistente no Sul e o picão-preto resistente no Cerrado. "Além disso, mudamos o nosso sistema de produção, pois de forma bem sucinta, hoje plantamos variedades de soja cada vez mais precoces, com semeadura antecipada e menor IAF (índice de área foliar). Isto é, sendo apontados por alguns pesquisadores como menor capacidade de competição com as plantas daninhas. Temos 41 casos de resistência à herbicidas no Brasil e 30 destes, relacionados as grandes culturas (soja, milho, algodão e trigo). Além disso, já temos oito plantas daninhas resistentes ao glifosato no Brasil e o problema vem se agravando ano após ano. Outro ponto que chama atenção, é que no passado tínhamos mais dificuldades com plantas daninhas de folhas largas e atualmente temos basicamente o mesmo número de plantas resistentes de folhas largas e estreitas”, aponta moreira.

Também participou do evento o engenheiro agrônomo e cooperado da Coamo João Luiz Ferri, que fez uma palestra com o tema: “O que Mudou para o Agricultor Após a Soja RR”. Ferri comentou sobre os pontos fortes da tecnologia e os cuidados que se fazem necessários para que os agricultores possam utilizá-las pelo máximo tempo possível. Fez uma retrospectiva de como era o manejo de plantas daninhas na propriedade antes da tecnologia RR e como está sendo realizado hoje.

Coamo foi representada pelo agrônomo Lucas Simas de Oliveira Moreira, chefe da Fazenda Experimental. Ele palestrou sobre “Manejo de Plantas Daninhas no Cenário de Novos Traits”
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