Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 462 | Setembro de 2016 | Campo Mourão - Paraná

CULTURA DE INVERNO

TRIGO VIRA BOA ALTERNATIVA DE INVERNO EM MATO GROSSO DO SUL

Cooperado Lauro Masahar Tsuzuki, de Amambai (MS) aumentou em 20% a área de trigo e planeja estender ainda mais na próxima safra

Fábio Alves, agrônomo da Coamo, com o cooperado Lauro Masahar Tsuzuki:  trigo está trazendo vários benefícios

Assim como em boa parte das regiões produtoras do Paraná e Santa Catarina, onde a Coamo está presente, o trigo tem sido uma alternativa de inverno também para os produtores do Sudoeste do Mato Grosso do Sul. É o caso do cooperado Lauro Masahar Tsuzuki, de Amambai. Contente com os resultados, ele revela que aumentou a área com o cereal em 20% neste ano e planeja estender ainda mais na próxima safra. Conforme ele, o trigo entra no sistema de produção da propriedade como alternativa para rotação de culturas e controle de ervas daninhas, além de gerar renda. “Tenho percebido que o trigo está dando um pouco mais de lucro do que o próprio milho safrinha, principal opção para a segunda safra na região”, frisa.

O trigo representa 25% da área semeada nesta segunda safra na propriedade de Tsuzuki. Ele conta que nos últimos anos houve uma melhora nas variedades que se adaptaram à região, com clima mais quente. “O clima tem sido bom, escapamos das geadas e também da chuva na colheita. Os resultados mostram que além de produtividade, estamos tendo trigo com qualidade. O cereal pode ser o caminho, porque apostar somente em uma cultura na segunda safra é muito arriscado.” A produtividade na propriedade do cooperado tem sido de 110 a 115 sacas por alqueire. “Em relação ao custo de produção e do retorno, o trigo acaba sendo viável economicamente”, frisa.

De acordo com ele, o cereal proporciona ainda um equilíbrio no sistema produtivo já que na área ocupada com o trigo há uma economia no uso de herbicidas para o controle das ervas daninhas para o plantio da soja. “O resultado com a soja também se mostra um pouco melhor, pois o trigo deixa uma boa palhada e há um bom controle de pragas e plantas daninhas”, assinala.

O engenheiro agrônomo Fábio Alves, encarregado do departamento Técnico da Coamo em Amambai, revela que a área de trigo na região triplicou nos últimos anos. Para ele os números comprovam uma quebra de paradigma que havia naquela região. Conforme o agrônomo o melhoramento das variedades adaptadas para a região foi um dos motivos que levaram a expansão da área de trigo no Estado. “O trigo está trazendo vários benefícios aos cooperados do MS. Uma prova disso é que a colheita iniciou com boas produtividades e boa qualidade. Percebemos uma tendência de aumento de área para as próximas safras”, conta.

Entre os principais motivos deste aumento destacado pelo agrônomo está o fato de o trigo se encaixar perfeitamente na rotação de culturas para o manejo das plantas daninhas. “Havia um preconceito em relação a cultura no MS e com os produtores apostando no trigo, esse paradigma está se quebrando. Temos médias que chegam a 120 sacas por alqueire e com um custo relativamente baixo quando comparado com uma área que teria aveia ou alguma outra cobertura de inverno. Faltavam cultivares adaptadas para a região, materiais com mais sanidade, rusticidade e com melhor desempenho no final. Alguns cooperados que não plantavam trigo estão nos procurando para se informar sobre a cultura e abrir novas áreas”, comenta Alves.

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados não exprimem, necessariamente, a opinião do Jornal Coamo.