Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 457 | Abril de 2016 | Campo Mourão - Paraná

ROTAÇÃO DE CULTURAS

SOJA E MILHO EM HARMONIA

MAIS PLANEJADOS E ABERTOS À TECNOLOGIAS, COOPERADOS INVESTEM NA ROTAÇÃO DE CULTURAS E ADOTAM PRÁTICAS QUE FAVORECEM O SISTEMA DE PRODUÇÃO E GARANTEM MELHORES RESULTADOS

Já está mais que comprovado que a rotação de culturas faz com que os resultados de uma propriedade sejam mais estáveis. Pelo sistema uma lavoura complementa a outra, do ponto de vista de sustentabilidade do processo produtivo. E os produtores comprovam: a tecnologia tem sido um sucesso em todas as regiões da Coamo. 

Diógenes Mattei, de Coronel Vivida (Sudoeste do Paraná). Rotação utilizada há oito anos na propriedade com bons resultados na soja e no milho

O cooperado Diógenes Mattei, de Coronel Vivida (Sudoeste do Paraná), é um dos que tem apostado na técnica. Ele incorporou o milho no esquema de produção da safra de verão há cerca de oito anos, quando a propriedade foi dividida em talhões e o plantio do cereal começou a ser feito em sistema de rodízio. “Meu pai foi quem deu o primeiro passo quando começou a fazer plantio direto na década de 80. Nos últimos anos mesmo com o mercado ruim não deixamos de cultivar o cereal”, revela o cooperado, que junto com o irmão conduz a propriedade de pouco mais de 100 alqueires, onde além de soja e milho planta trigo, feijão e aveia num esquema bem montado junto com a assistência técnica da Coamo. “Mas o nosso carro chefe segue sendo a soja. Depois vem o milho, feijão e o trigo”, conta.

Mattei sabe que a monocultura ou mesmo o sistema contínuo de sucessão tende a provocar a degradação física, química e biológica do solo e a queda da produtividade das culturas. Também proporciona condições mais favoráveis para o desenvolvimento de doenças, pragas e plantas daninhas. “Sem rotação o solo se degrada ao longo dos anos. Sem ela certamente começam a aparecer muitos problemas fitossanitários, compactação e até erosão, que em alguns lugares está voltando por falta de rotação”, alerta o cooperado. Agrônomo por formação, ele não deixa de ouvir a assistência da Coamo. “Trabalhamos em parceria, ouvindo e aprendendo a cada dia”, afirma.

Parceria, aliás, valorizada pelo engenheiro agrônomo Marcus Henrique Alberto, do departamento Técnico da Coamo em Coronel Vivida. De acordo com ele, a consciência demonstrada pelo cooperado vem sendo o fiel da balança para os bons resultados que ele obtém. “É importante que todos tenham essa conduta. A rotação é tão importante que pragas e doenças que antes eram tranquilas de ser controladas, hoje estão atrapalhando a cultura da soja em algumas propriedades por falta desse manejo. O produtor que tem interesse em se manter na agricultura e ter uma rentabilidade maior tem que fazer rotação. O Diógenes é um bom exemplo disso, e por isso consegue safras com bons resultados”, garante. 

Bastante incomum na região Oeste do Paraná, onde quase sempre se vê apenas lavouras de soja no verão e milho no inverno, o cooperado Rafael José Vogt, de Toledo está quebrando regras, e também não abre mão da rotação de culturas no esquema de produção da propriedade. Ele iniciou o sistema há cerca de quatro anos e diz que os resultados melhoraram até o visual da propriedade. “O milho entra somente para rotacionar o sistema no verão, de onde tiramos a soja e colocamos o milho safrinha, no inverno. Até a paisagem mudou por aqui e para melhor”, brinca Rafael, lembrando que além de melhorar o sistema as produtividades também subiram na propriedade. “Além disso estamos conseguindo antecipar o plantio da soja que quando implantada em cima do milho tem produzido mais”, acrescenta. 

A experiência tem sido positiva para a família Vogt, que trabalha em parceria. Além de Rafael, o pai e o tio também fazem parte do processo de produção da propriedade, que no verão é coberta com pelo menos 15% de milho. “Fechamos uma média de 152 sacas de média neste ano, onde sofremos com a chuva e o abortamento de vagens. Então, graças à rotação e a tecnologia que utilizamos, não dá para reclamar”, comemora.  

Na opinião do agrônomo Itamar Leandro Sus, encarregado do departamento Técnico da Coamo em Toledo, é satisfatório ver os resultados dos Vogt sendo amparados pela rotação, numa região onde o sistema praticamente não existe. “Financeiramente muitas vezes parece que é inviável já que a soja geralmente rende mais. Mas, quem tem em mente a utilização dessa tecnologia ganha muito com o enriquecimento do sistema e em longo prazo os resultados certamente superam a monocultura de soja e milho. Tanto que neste ano os resultados aqui devem ficar acima da média de produção do município”, explica Sus.

Rafael Vogt, de Toledo (Oeste Paranaense). Sistema ajudou a evoluir resultados e melhorou a paisagem

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