Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 457 | Abril de 2016 | Campo Mourão - Paraná

RENDA EXTRA

DOCE DIVERSIFICAÇÃO

Ângela e dona Lúcia Mocellin Barcarol, de Luiziana. Mãe e filha trabalham juntas na fabricação de produtos da agroindústria familiar


"DIVERSIFICAR AS ATIVIDADES DE FORMA INTERLIGADA E APROVEITAR O EXCEDENTE DOS PRODUTOS GERA MAIS GANHO E SEGURANÇA PARA A COOPERADA LÚCIA MOCELLIN BARCAROL, EM LUIZIANA"


Aproveitar todo o potencial que uma propriedade rural proporciona é sempre uma boa opção para quem busca renda e produção sustentável. Diversificar as atividades de forma interligada e aproveitar o excedente dos produtos gera mais ganho e segurança na renda. E é bem isso o que se vê na propriedade da cooperada Lúcia Mocellin Barcarol, em Luiziana (Centro-Oeste do Paraná). 

A propriedade fica na comunidade Serra Molhada, distante 30 quilômetros da cidade. No local, além da agricultura, onde são cultivadas lavouras anuais, como soja no verão e trigo no inverno, outros produtos como leite, frutas e legumes são matéria prima para a produção de bolachas, pães, queijos, doces, compotas, entre outros.

Cooperada desde 1994, dona Lúcia, que é viúva, conta com a ajuda de uma filha e um genro diretamente nos trabalhos. A filha, Ângela Mocellin Barcarol é o braço direito na agroindústria e o genro Sidirlei Araújo, casado com outra da filha da cooperada, cuida da parte agrícola. A propriedade é bastante diversificada e tem ainda pecuária de leite, criação de ovelhas e porcos, além de um orquidário. Todas as atividades são fonte de renda. 

Produtos como leite, frutas e legumes são matéria-prima para a produção de bolachas, pães, queijos, doces, compotas, entre outros

São tantos anos de trabalho com a produção dos pães e bolachas, que a cooperada nem sabe precisar quando começou com a atividade. Ela diz que sempre gostou de “mexer na cozinha”, e que a produção de forma comercial foi acontecendo aos poucos. “Sabe que meu neto já fez essa pergunta: quando comecei a fazer os produtos? Mas, realmente não sei. Foi tudo acontecendo naturalmente”, observa a cooperada. “Uma coisa é certa, essa diversificação ajuda bastante e não dependemos apenas da soja”, acrescenta. 

O primeiro produto foi o queijo, que era feito com o que sobrava do leite. “Eu comecei a levar na cidade para vender e as pessoas me perguntavam se não tinha também pão caseiro e bolachas. Assim, foi surgindo a ideia”, destaca dona Lúcia. Depois, veio a fabricação de requeijão e a produção foi aumentando, e nisso a filha Ângela começou a ajudar e investiram em uma cozinha industrial para dar conta de todos os pedidos.

Orquidário é um dos locais preferidos da dona Lúcia. É onde ela passa os momentos de descontração e relaxa dos afazeres do dia a dia

A estratégia de venda dos produtos, mesmo em tempos modernos, que melhor funciona é a visita de casa em casa. “Tudo o que levamos para a cidade sai”, frisa. O trabalho é todo organizado durante a semana. De segunda a quinta-feira é a parte da produção e na sexta-feira o dia de vender.  

Dona Lúcia revela que tudo o que tem na propriedade é bem aproveitado, seja o excedente de leite, as frutas ou até mesmo os galhos que caem das árvores e servem de lenha. “Utilizamos tudo, assim como cada um tem a sua função na propriedade. Contudo, o trabalho é em união. Quem tiver perto do fogão faz o almoço e quem tiver perto do tacho mexe o doce”, destaca. Para dar conta de todo o trabalho, a cooperada conta ainda com a ajuda de um casal de funcionários. De forma direta, pelo menos, sete famílias dependem da propriedade. 

Sidirlei Araújo é responsável pela agricultura em parceria com o agrônomo Diego Mario Boiani, do Detec da Coamo em Luiziana

O orquidário é um dos locais preferidos da cooperada. É onde ela passa os momentos de descontração e relaxa dos afazeres do dia a dia. “É um cantinho muito especial, meu preferido para ser sincera”, confessa. Ela conta que o gosto pela flor começou aos poucos, após encontrar um tronco cheio de mudas que havia caído na estrada. “Levei as flores para casa e plantei. Daí, comecei a gostar e com a ajuda de um irmão, fizemos o orquidário e hoje temos todas essas plantas”, assinala. São atualmente cerca de cinco mil mudas, e as flores também são vendidas nas portas das casa, juntos com os demais produtos.

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